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A CASA EM FORMATO DE PIRÂMIDE Que tal morar dentro de uma pirâmide? Achou boa idéia? O arquiteto mexicano Juan Carlos Ramon também achou. É claro que a palavra pirâmide sempre será associada ao túmulo de um faraó. Poucas formas arquitetônicas têm a grandiosidade de uma pirâmide. Mas eram, antes de tudo, túmulos volumosos. Dificilmente seriam consideradas uma forma adequada para construção de uma residência. As massas sólidas com pequenos espaços internos destinados ao uso funerário não formam exatamente um ambiente confortável que pudesse ser eleito como um bom local de moradia. Ramon, entretanto, realizou um trabalho mágico adaptando a estrutura piramidal para uso de uma família moderna. Onde lajes de pedra calcária antes impediam a passagem do sol, agora amplos paineis de vidro inundam os interiores de luz. A pirâmide é oca, com espaços interligados. A casa está dividida em quadrantes de forma que cada uma de suas quatro seções são destinadas a uma função diferente. O piso térreo, por exemplo, tem os espaços maiores da residência, incluindo uma garagem, terraço, cozinha, salas de jantar e, curiosamente, um estúdio de gravação. À medida em que se sobe, o assoalho se torna mais estreito e os interiores mais simplificados. O ápice da casa é uma pequena pirâmide com uma biblioteca. A face norte da moradia é toda de vidro, uma gigantesca janela triangular para o exterior que deixa entrar bastante luz difusa a qual penetra nos cômodos em quase toda a sua extensão. As paredes externas das demais fachadas estão cheias de pequenas aberturas que enquadram estrategicamente a paisagem circundante. A casa parece perfeitamente habitável e embora talvez não seja realmente adequada para uma família, já que tem apenas um quarto, poderia servir para um indivíduo solteiro.

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RÉPLICA DA TUMBA DE TUTANKHAMON A visitação maciça ao túmulo de Tutankhamon tem provocado danos irreparáveis às pinturas de suas paredes. Tentando preservar esse patrimônio, as autoridades egípcias providenciaram uma réplica exata da tumba. Usando fotografia digital, varredura laser em três dimensões e impressoras 3D foi possível recriar com precisão os murais das paredes da câmara funerária, as quais exibem cenas da jornada do jovem faraó para a vida após a morte. Não se trata de realidade virtual, mas de realidade física. A réplica, construída em pedra calcária, está situada fora da entrada do Vale dos Reis ao lado da casa do explorador britânico Howard Carter, que descobriu o túmulo em 1922. As obras de arte foram recriadas não como estavam no momento do sepultamento, mas na forma devastada pelo tempo na qual se encontravam quando foram fotografadas em 2009. Foram replicadas as fissuras e ondulações que surgiram durante o decorrer de mais de 3000 anos. Para se ter uma idéia da precisão do trabalho, basta dizer que os scaners captaram 100 milhões de pontos em cada metro quadrado da tumba original. Painéis explicativos ajudam os visitantes a entenderem o que estão vendo, o que não acontece no túmulo real.

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O TRENÓ DE LABORATÓRIO Quando você está na praia pode observar que a areia que é umidecida pelas ondas do mar fica endurecida, enquanto que o restante dela fica fofa. Baseados nisso, cientistas da Universidade de Amsterdã, na Holanda, concluiram que as pedras para construção das pirâmides do Egito foram arrastadas das pedreiras até o local desejado com o emprego de trenós que deslizaram pela areia previamene umidecida. Uma das pistas que os levou a tal conclusão foi o desenho incluido na tumba de um nobre da XII dinastia, o qual você pode ver clicando aqui. Ele mostra o transporte de uma estátua enorme com a ajuda de um trenó à frente do qual um operário vai despejando água para endurecer a areia, diminuindo assim o atrito e reduzindo o esforço do arrasto pela metade. Os pesquisadores colocaram uma versão de laboratório do trenó egípcio em uma bandeja de areia. Determinaram tanto a força de tração exigida quanto a rigidez da areia em função da quantidade de água utilizada. Os testes revelaram que a força de tração necessária diminuía proporcionalmente à rigidez da areia. Um trenó desliza muito mais facilmente sobre areia firme do deserto, simplesmente porque ela não se acumula na frente do trenó, como no caso da areia seca. A foto da esquerda mostra que uma grande pilha de areia se acumula na frente do trenó quando ele é puxado sobre a areia seca. Na areia molhada na quantidade certa isso não acontece, como comprova a foto à direita.

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UM ATAÚDE PARTICULAR Um ataúde de madeira relativamente bem conservado foi encontrado na sala de estar de uma senhora aposentada que se transferiu para uma casa de repouso. Ao visitarem o antigo lar, avaliadores acharam o objeto de 1,80 m de altura encostado na parede como peça decorativa. Ao que parece ele foi presenteado há cerca de 60 anos atrás para sua atual proprietária, provavelmente comprado de um museu que fechou suas portas. Outras peças egípcias também foram achadas na residência. Acredita-se que o caixão tenha pertencido a uma mulher da nobreza que teria vivido por volta do ano 1000 a.C. Avaliado em 6000 libras, cerca de 29 mil reais, o ataúde, cuja foto vemos ao lado, será vendido em leilão. No detalhe, o rosto entalhado na madeira.

ROSTO DO ATAÚDE

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UM ATAÚDE AMADOR Um ataúde feito com madeira de plátano e com inscrições estranhas e amadoras que poderia ser uma fraude mostrou-se verdadeiro por meio do estudo de rádiocarbono. Ao que parece os desenhos foram feitos pouco depois de 525 a.C. por artistas principiantes, pois os mestres desta arte haviam sido levados para a Pérsia pelos conquistadores que haviam dominado o Egito. Muitos dos melhores artistas egípcios foram levados para Persépolis e Susa como prisioneiros de guerra e os trabalhos deles podem ser vistos nestas localidades. O rei persa Dario I, que governou o Egito entre 521 e 486 a.C., teria se gabado de que artistas, carpinteiros e ourives especializados egípcios decoravam seu palácio em Susa. O caixão apresenta um leito funerário incomun com o ba representado como uma cobra usando a coroa da deusa Hátor e não com uma cabeça humana, como era usual, e desenhos mal feitos. Observe como os vasos canopos debaixo da cama são inusitados. Vários outros erros foram cometidos pelo "artista".De acordo com as inscrições, a peça pertencia a uma mulher chamada Denit-ast, ou Dent-ast. O ataúde é propriedade de Mike Sigler, um colecionador e entusiasta de antiguidades egípcias que o adquiriu em 2013. Foto copyright de Mike Sigler.

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CONSERTO DA MÁSCARA DE TUTANKHAMON A máscara funerária de Tutankhamon, com seus 11 quilos de ouro maciço, é provavelmente a principal obra de arte que a antiga civilização egípcia nos legou. Entretanto, em agosto de 2014 uma manobra desastrada fez com que a barba trançada azul e dourada se destacasse do queixo do faraó. Três conservadores do Museu Egípcio do Cairo, onde a peça se encontra, deram versões diferentes sobre o incidente e não foi possível concluir o que realmente aconteceu. Uma das versões é a de que houve falta de concentração dos funcionários na retirada da máscara de seu estojo e a peça acabou batendo na caixa e quase caiu. Então alguém pegou-a nos braços para evitar a queda e a barba se separou. A máscara deveria ter sido levada para o laboratório de conservação para reparo, mas havia necessidade de tornar a exibi-la rapidamente e foi usado epóxi, material irreversível de secagem rápida, para fixá-la novamente, o que danificou a relíquia. Agora é possível notar uma camada de amarelo transparente entre a face e a barba, enquanto que antes elas estavam diretamente presas uma à outra. Além disso, um excesso de epóxi endurecido foi removido com uma espátula o que deixou arranhões na máscara. Acima foto, cujo copyright é de Jacqueline Rodriguez, do momento em que a máscara estava sendo reparada.

ATUALIZAÇÃO

CONSERTO DA MÁSCARA DE TUTANKHAMON Em outubro de 2015 a máscara passou por um novo procedimento a fim de consertá-la. Desta vez o alemão Christian Eckmann liderou a equipe de reparos da barba. Ele é especialista em trabalhos de restauração de antiguidades em vidro e metal, os dois principais componentes do artefato. O epóxi endurecido foi retirado mecanicamente com uso de varetinhas de madeira, como pode ser visto no detalhe ao lado, pois esse tipo de cola não é solúvel. Nenhum produto químico foi usado para remover a resina. Um estudo feito baseado nos arquivos daquele museu revelou que, em 1922, quando Carter descobriu o tesouro, a barba cerimonial já estava solta e ele mesmo a removeu pela primeira vez. Somente em 1946 ela foi recolocada. Duas informações novas surgiram: a primeira é a de que a barba tem um tubo interno que a conecta ao rosto e a segunda é a de que a recolocação da barba em 1946 foi feita com solda macia. Técnicas antigas foram implementadas no processo de restauração atual. A equipe usou cera de abelha como adesivo já que era um material comum no Egito antigo e, sendo orgânico, apresenta menos risco de danificar o metal da peça. Todo o trabalho demorou nove semanas para ser concluído e ela voltou a ser exposta ao público na quarta-feira 16 de dezembro de 2015.
=== Em janeiro de 2016 as autoridades egípcias que investigam violações legais praticadas por funcionários públicos acusaram oito pessoas envolvidas na restauração mal feita de "negligência grosseira e violação flagrante de regras científicas e profissionais". Os acusados foram um diretor do museu, o chefe do departamento de restauração, quatro especialistas em restauração e dois restauradores. Todos foram afastados de suas funções para enfrentarem um tribunal disciplinar que poderia impor pesadas multas pelos danos causados à máscara e, possivelmente, seriam demitidos em algum momento no futuro. Entretanto, não seriam enviados para a prisão.

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TUTANKHAMON E SEU CORPO DEFORMADO O aspecto real do faraó Tutankhamon e a causa da sua morte são dois assuntos que já renderam muita especulação e, com certeza, vão continuar rendendo. Uma autópsia virtual mostrou que os dedos dos pés eram divergentes, ou seja, ele tinha um pé torto e devia mancar de forma acentuada, sendo-lhe impossível caminhar sem apoio. Na sua tumba foram encontradas 130 bengalas com aparência de terem sido utilizadas e também se sabe que costumava atirar flechas enquanto estava sentado. Os pesquisadores acreditam que ele não poderia ter morrido em acidente com uma biga, porque a deformidade do pé o impediria de andar nesse tipo de veículo. Além disso, apenas uma das fraturas ósseas atribuídas ao acidente ocorreu antes da morte do faraó. Foi a que se deu no joelho: um grande trauma que aconteceu pouco tempo antes do óbito. Todas as demais aconteceram após o falecimento. A conclusão a que chegaram os estudiosos foi a de que a morte do rei pode ser atribuída ao seu estado geralmente debilitado por deficiências genéticas, incapacidades físicas provocadas por desequilíbrios hormonais, problemas provavelmente exacerbados pela malária, que se sabe que ele sofria, ao invés de um acidente.

A doença óssea que ele portava é geneticamente transmitida e é mais provável que o seja se dois parentes de primeiro grau mantiverem relações sexuais e tiverem filhos, o que foi justamente o que aconteceu com este faraó. Na realidade ele foi fruto de um incesto, já que seu pai era Akhenaton (c. 1353 a 1335 a.C.) e sua mãe uma das irmãs deste último. Os antigos egípcios acreditavam que o incesto mantinha a linhagem pura do sangue, mas na realidade o resultado era exatamente o oposto. Eles não tinham idéia das implicações negativas para a saúde da prole. Esse histórico familiar também deve ter sido uma das causas da morte prematura no final da adolescência. Segundo os estudos mais recentes, a imagem ao lado é uma estimativa da verdadeira aparência do faraó Tutankhamon. Pobre rapaz!

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CELEIROS DE JOSÉ Durante a Idade Média os europeus acreditavam que as pirâmides eram celeiros descritos no Antigo Testamento construídos por José, aquele que aconselhou o faraó a armazenar grãos excedentes na época de fartura para enfrentar anos de carestia. A explicação dos monumentos como Celeiros de José teve início no século VI da nossa era quando foram assim identificados por São Gregório de Tours na obra Dez Livros de História. A teoria foi ainda mais divulgada em um livro de viagens muito popular do século XIV intitulado O Livro de John Mandeville. A certa altura o autor escreve:

Falarei sobre outra coisa que está além da Babilônia, do outro lado do rio Nilo, em direção ao deserto entre a África e o Egito: trata-se dos Celeiros de José, que ele havia feito para armazenar o trigo em tempos difíceis. Eles são construídos de pedra bem cortada. Dois deles são incrivelmente grandes e altos e os outros não são tão grandes. E cada celeiro tem uma entrada para entrar um pouco acima do solo, pois a terra foi devastada e arruinada desde que os celeiros foram construídos.

No interior eles estão completamente cheios de cobras; e no lado de fora destes celeiros há muitos escritos em diferentes idiomas. Alguns afirmam que eles são tumbas dos grandes senhores da antiguidade, mas isso não é verdade... se eles fossem tumbas, eles não estariam vazios por dentro, nem teriam aberturas para entrar, nem tumbas jamais foram feitas com tal enorme tamanho e tão grande altura — e é por isso que não se acredita que eles sejam tumbas.

Na ilustração um detalhe do mosaico da Basílica de São Marcos, em Veneza, no qual se vê José supervisionando a colheita de grãos no Egito durante os anos de abundância (Gênesis 41: 47-8).





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