Nos primeiros meses do ano 2000, um grupo de arqueólogos franceses descobriu, em Saqqara, ao sul do Cairo, as ruínas de uma nova pirâmide com idade de quatro mil anos. Pertenceu à rainha Ankhesenpepi, esposa dos faraós Pepi I (c. 2289 a 2255 a.C.) e Merenre (c. 2255 a 2246 a.C.) e mãe do faraó Pepi II (c. 2246 a 2152 a.C.). Até então não se tinha conhecimento de que tal monumento existisse e ainda mais surpreendente foi descobrir que nas paredes internas da câmara funerária, soterrada entre os escombros, estavam inscritos hieróglifos dispostos em colunas com os chamados Textos das Pirâmides, como vemos nessa foto de um dos blocos encontrados. Esta é a versão mais antiga que se conhece de tais textos em uma pirâmide feminina. As dimensões da pirâmide concluída devem ter sido as seguintes: 25 metros de lado e 15 metros de altura.
Essa descoberta aumenta para 108 o número de pirâmides localizadas pelos arqueólogos no Egito. Vasos em terracota, pequenas estátuas, objetos com os nomes dos faraós com os quais ela foi casada e de seu filho, foram encontrados ao lado do sarcófago, cuja tampa é uma pesada pedra negra. Ankhesenpepi não era uma mulher qualquer e seu destino foi extraordinário. Não era filha de um rei, mas de pessoas notáveis da sociedade de Abido e era bela e inteligente. Foi esposa de Pepi I e quando ele morreu casou-se com Merenre, filho de sua irmã. Dessa união nasceu Pepi II, que tinha apenas seis anos quando seu pai morreu. Nessa circunstância o menino subiu ao trono e sua mãe, como regente, exerceu todos os poderes de um faraó.
A mesma equipe de pesquisadores descobriu também uma tumba com pinturas que datam de 600 anos antes de Cristo. Ela se localiza no oásis de Bahariya, 400 quilômetros a sudoeste da capital egípcia, e contém uma câmara funerária e um sarcófago com 3 metros e 50 centímetros de comprimento, pertencente à XXVI dinastia (664 a 525 a.C.). A descoberta foi feita 12 metros abaixo das casas da cidade de Bawiti. |