Sattjeni foi uma importante mulher de Elefantina, a cidade mais meridional do Egito, durante o reinado de Amenemhet III (c. 1844 a 1797 a.C.). Ela foi mãe de duas das maiores autoridades daquela área durante o reinado daquele faraó. Filha do nomarca local, uma espécie de governador provindical, tornou-se figura-chave da dinastia regional após a morte de todos os membros do sexo masculino de sua família. Nessa situação, passou a ser a única detentora dos direitos dinásticos do governo de Elefantina.
Em maio de 2016 sua múmia foi encontrada em Qubbet el-Hawa, a sudoeste do Egito, necrópole próxima de Elefantina, a cidade da ilha do Nilo. Existem pelo menos 100 túmulos não reais nesse cemitério, dos quais 80 já foram totalmente escavados. O corpo, envolto em linho e depositado dentro de dois ataúdes de madeira, estava em excelente estado de conservação. O caixão interno estava tão bem conservado que os pesquisadores até poderão dizer em que ano foi cortada a árvore usada para construi-lo e que, a propósito, era um cedro importado do Líbano. Restos da delicada máscara funerária de cartonagem que cobria o rosto da múmia também foram achados. Apesar de não pertencer à realeza, Sattjeni fazia parte de uma família poderosa e proeminente que se declarava herdeira do deus Khnum, seguindo o exemplo dos faraós que alegavam ser descendentes dos deuses. O marido dela e dois de seus filhos chegaram a ser governadores da cidade e supervisores dos sacerdotes daquela divindade. Na foto superior o caixão interno. Na foto inferior os hieróglifos pintados na lateral do ataúde.
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