Perto do antigo povoado de Edfu, no sul do Egito, arqueólogos revelaram, no último trimestre de 2011, uma pirâmide de degraus que deve ter sido construída algumas décadas antes da Grande Pirâmide de Gizé. Originalmente ela deve ter alcançado 13 metros de altura e é uma dentre as sete pirâmides chamadas de "provincianas" erguidas pelo faraó Huni (c. 2599 a 2575 a.C.), ou pelo faraó Snefru (c. 2575 a 2551 a.C.). Com o passar do tempo, os blocos de pedra do monumento foram saqueados e hoje ele só alcança cerca de cinco metros de altura. Espalhadas pelo centro e sul do Egito, as pirâmides provincianas estavam localizadas próximo de povoados importantes. Não têm nenhuma câmara interna e não estavam destinadas a funerais. Seis delas têm dimensões quase idênticas, inclusive esta de Edfu: aproximadamente 18,4 por 18,6 metros. O propósito delas é um mistério. Podem ter sido usadas como monumentos simbólicos dedicados ao culto real que fortalecia o poder do rei nas províncias meridionais. As semelhanças entre elas é surpreendente, denotando a existência de um planejamento único.
No lado leste desta pirâmide foram encontrados ruínas de uma instalação na qual parecem ter sido feitas oferendas de alimentos. Também foram encontrados grafitos hieroglíficos talhados nas faces externas do monumento. Entre os desenhos, um rolo de livro, um homem sentado, um animal quadrúpede, um pedaço de junco e um pássaro. As inscrições estão situadas ao lado dos restos mortais de bebês e crianças que foram enterrados ao pé da pirâmide e são dedicadas a eles. Os pesquisadores entendem que as inscrições e funerais são de época muito posterior à construção da pirâmide, talvez cerca de mil anos após, e que a estrutura não foi projetada originalmente como um lugar destinado a enterros. O trabalho de libertar o monumento de uma grossa camada de areia, dos detritos modernos e dos restos da depredação de seus blocos começou em 2010, embora a existência da pirâmide já fosse conhecida anteriormente. A estrutura não se parecia com uma pirâmide e os moradores de uma aldeia próxima chegaram a pensar que era a tumba de um xeique, um santo muçulmano local. Erguida com blocos de arenito e argamassa de barro, havia sido construída na forma de uma pirâmide de três degraus num estilo semelhante ao da pirâmide de Djoser. A técnica, por sua vez, é parecida com a que foi usada na pirâmide de Meidum. A pedreira da qual o arenito foi extraído fica situada a apenas 800 metros ao norte da pirâmide. Na época do reinado de Kéops (c. 2551 a 2528 a.C.) a pirâmide deve ter sido abandonada o que deve ter ocorrido menos de 50 anos após sua construção. A foto do alto da página mostra o canto noroeste da pirâmide e a outra foto mostra o canto sudeste.
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