O nome Huni é mencionado entre os altos funcionários da corte do faraó Djoser (c. 2630 a 2611 a.C.) e, caso se trate realmente da mesma pessoa, é possível que ele tenha subido ao trono em idade muito avançada. Seu nome significa O Demolidor. Ele, muito provavelmente, era o pai de Hetepheres I, a esposa de Snefru (c. 2575 a 2551 a.C.), mas não se sabe ao certo se também era pai deste último, filho que poderia ter tido com Meresankh I. O nome desta rainha, que significa Ela ama a vida, aparece em um fragmento da Pedra de Palermo. Ela também é citada num grafito do templo da pirâmide de Meidum. Este grafito data do reinado de Tutmósis III (c. 1479 a 1425 a.C.) da XVIII dinastia. O texto é uma oração para o Ka de Snefru e o da rainha. Um dos filhos de Huni, Nefermaat, foi primeiro vizir de Snefru e pai de Hemiunu, o arquiteto e vizir de Kéops responsável pela construção da Grande Pirâmide. Foi no túmulo de Nefermaat, onde ele foi enterrado com sua esposa chamada Itet, que um grande artista anônimo desenhou os famosos Gansos de Meidum.
Huni mandou construir uma pirâmide em Meidum, cerca de 90 km ao sul da área de Saqqara. Supostamente ela estava inacabada quando Huni morreu e Snefru, seu sucessor, completou-a. Entretanto, não há qualquer evidência de que a pirâmide de Meidum tenha sido o local de seu sepultamento. Na foto acima, uma cabeça em granito deste faraó pertencente ao Brooklyn Museum da cidade de Nova Iorque. Foto copyright de Keith Schengili-Roberts.
Huni também mandou construir uma fortaleza na ilha de Elefantina, estabelecendo assim a fronteira meridional do Egito junto à primeira catarata do Nilo. No mesmo local há uma pequena pirâmide cerimonial atribuída a este faraó, ainda que seu significado religioso continue indecifrado. Não se trata de uma tumba e não existe uma necrópole ou templo nas proximidades. Contudo o fato não causa estranheza, pois muitas pequenas pirâmides cerimoniais semelhantes foram encontradas por todo o Egito erguidas por faraós do Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.). Uma inscrição com o nome dele foi achada em Assuão.
De acordo com o Papiro Real de Turim, ele pode ter reinado por 24 anos, tendo sido assim o faraó mais duradouro do período da III dinastia (c. 2649 a 2575 a.C.). O documento acrescenta que ele construiu um edifício ou uma cidade chamada "Seshem", mas há uma lacuna no papiro neste ponto, causando dúvidas sobre o fato.
O egiptólogo francês Pierre Montet nos conta que nos tempos deste faraó os soldados eram o terror dos viajantes. Quando encontravam um homem desarmado, carregado com o seu saco de farinha e com as suas belas sandálias na mão, costumavam despojá-lo e deixá-lo nu no caminho. Huni tomou medidas para impedir que os soldados roubassem as sandálias das mãos dos transeuntes. Vejam bem: das mãos, e não dos pés. Os aldeões quando tinham que fazer uma caminhada levavam o seu par de sandálias na mão ou penduradas de um cajado. Só quando chegavam ao seu destino é que as calçavam.
Nome | Huni |
Avós | --- |
Pai | Khaba (possivelmente) |
Mãe | --- |
Esposa | Meresankh I |
Irmão | --- |
Filhos | Snefru (?), Nefermaat |
Filhas | Hetepheres I |
Pirâmides construídas | Pirâmide em Meidum |
Túmulo | --- |
Múmia | --- |
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