Descobertas Arqueológicas |
Em março de 2000, arqueólogos franceses e egípcios, armados com um endoscópio de fibra ótica, instrumento baseado na mesma tecnologia que os médicos usam para investigar o interior do corpo humano, descobriram duas câmaras ainda desconhecidas e um corredor que principia numa profundidade de quase 40 metros no interior da pirâmide desmoronada em Meidum, cuja construção é atribuída aos faraós Huni (c. 2599 a 2575 a.C.) e Snefru (c. 2575 a 2551 a.C.). Ao que tudo indica instável desde o princípio, o monumento parece nunca ter sido usado como tumba. O corredor já anteriormente conhecido, que vai do exterior da pirâmide até a câmara funerária, tem dois recessos no seu final que sempre confundiram os arqueólogos. Cada recesso tem cerca de 1,7 metro de altura e 2,1 metros de comprimento. Um trecho dessa dimensão, com teto plano e sem reforço, poderia ser muito grande para suportar o enorme peso dos blocos de pedra que estão sobre ele. Com a nova descoberta o mistério parece ter ficado esclarecido. Ao examinarem a alvenaria no teto desse antigo corredor, os arqueólogos localizarm o que parecia ser uma janela cuidadosamente escondida. Através de uma junção entre dois blocos de pedra introduziram um endoscópio, uma espécie de telescópio flexível com 30 metros de comprimento e diâmetro de um dedo humano, e com ele conseguiram ver um corredor novo bem acima do primeiro. Seu teto é constituído por camadas de pedra parcialmente sobrepostas, formando uma abóbada escalonada que sobe progressivamente em direção a um determinado ponto. Esse tipo de estrutura permite uma melhor distribuição do peso das rochas que se encontram acima dela e alivia a pressão sobre o corredor que fica abaixo. O corredor novo não tem abertura para o exterior do monumento, mas penetra em direção aos dois recessos que intrigavam os eruditos. A seguir a equipe usou o endoscópio para explorar além do fim do túnel e acima dos recessos. Encontraram, então, duas câmaras também com tetos na forma de abóbada escalonada, uma sobre cada um dos recessos e da mesma largura deles. Em perfeito estado de conservação, cada uma mede 2,60 m de comprimento; 2,10 m de largura e 3,50 m de altura. Esta forma bastante inteligente da distribuição do peso explica, provavelmente, como se tornou possível construir os dois recessos com tetos planos sem perigo de um colapso estrutural. Embora a expectativa fosse de que o corredor encontrado tivesse a mesma extensão do corredor antigo, ele tem apenas 15 metros e nessa altura está bloqueado por uma pedra monolítica, que apresenta uma linha preta no seu eixo vertical. No solo, junto a ela, também existem traços negros. Não se descobriu ainda o que podem ser esses sinais: restos orgânicos, marcas deixadas por cordas? E a enorme pedra, o que está bloqueando? O que esconde? O corredor prosseguirá em outra direção? A verdade é que ainda não foi desvendado o mistério quanto ao que existe além dessa pedra, se é que existe alguma coisa. |
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