Descobertas Arqueológicas |
Arqueólogos polonêses e egípcios desenterraram, entre outubro e dezembro de 2003, uma necrópole na qual encontraram uma tumba escavada em pedra com 4000 anos de existência, pertencente a um funcionário real e que contém cenas e desenhos incomuns. A necrópole, próxima das pirâmides de Saqqara, em uma área localizada 120 metros a oeste da pirâmide do faraó Djoser, situada aproximadamente a 25 km ao sul de Cairo, continha a tumba de Ny-Ankh-Nefertem, identificada por uma inscrição hieroglífica como escriba e sacerdote funerário da pirâmide do faraó Wenis (c. 2356 a 2323 a.C.), o último rei da V dinastia, e da pirâmide do faraó Teti (c. 2323 a 2291 a.C.), o primeiro da VI dinastia. A tumba, de formato retangular, tem seis metros de largura e dois metros e 25 centímetros de altura. Tem uma capela e uma câmara funerária decorada com relevos nas paredes que mostram parte da vida cotidiana do defunto e sua família e também cenas nas quais ele aparece junto às divindades. Os desenhos revelam, ainda, os vários estágios da ascensão profissional do falecido e seus títulos, inclusive os de inspetor do linho, guardião das propriedades do rei e mordomo principal do palácio. As figuras, em sua maioria, estão muito bem preservadas e muitas ainda ostentan sua policromia original. O mais impressionante, porém, é que algumas das cenas são grandemente invulgares. Um exemplo disso são oito relevos em tamanho grande que mostram o morto caminhando na companhia de seu filho, talvez para ilustrar um relacionamento pessoal bastante próximo, o que normalmente não se vê em parte alguma. Sobre a porta da câmara funerária há um lintel retangular com uma inscrição de quatro linhas que narra parte da biografia idealizada do defunto. Em outras paredes existem três grandes falsas-portas cavadas na rocha e inscritas com o apelido do falecido: Temi. Mas nem tudo está preservado. O chão do túmulo e a decoração de sua parede norte estão muito danificados. Uma longa lista de oferendas inscrita naquela parede foi infelizmente destruída em seu centro, onde um buraco irregular foi cavado na rocha. A tumba foi achada por acaso debaixo de densas camadas de entulho, nas quais foram encontrados restos de múmias, ataúdes de madeira, esqueletos e cerâmica, datados do Período Tardio (c. 712 a 332 a.C.) e do Período Greco-romano (332 a.C. a 395 d.C.). |
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