Descobertas Arqueológicas |
Um dos mais importantes achados arqueológicos realizados no Egito foi feito em 1995 pelo egiptólogo Kent Weeks. Trata-se da descoberta da tumba destinada a abrigar alguns dos filhos do faraó Ramsés II (c. 1290 a 1224 a.C.). Mais de 150 corredores e câmaras já foram encontrados, sendo que cerca de 100 deles são decorados. Abrangendo uma área de 1266 m˛, o túmulo tem comprimento total de 443 metros, largura máxima de 15 metros e altura máxima de dois metros e 85 centímetros. Todo o conjunto foi construído em cinco diferentes níveis, sendo que algumas câmaras se sobrepõem a outras. Um dos salões tem o teto sustentado por 16 pilares e desemboca em um corredor na forma da letra tê. Cada corredor destes conduz a grupos de dezesseis câmaras individuais. Dois outros corredores, que descem de forma íngreme, conduzem do salão principal para a parte frontal da tumba. Um deles, o que já foi melhor explorado, também apresenta câmaras individuais, seis de cada lado, e desemboca num pequeno salão com três colunas. Desse último abrem-se mais câmaras individuais e pelo menos um corredor adicional com mais câmaras laterais nele. O outro corredor, ainda que não tenha sido explorado em profundidade, parece ser uma imagem espelhada do primeiro. O salão com 16 colunas é maior do que a maioria das câmaras existentes nos túmulos do Vale dos Reis e parece ter sido o centro do complexo. Nele, várias passagens conduzem a outras salas ou corredores. Quatorze dos pilares foram cortados na rocha viva, enquanto que os outros dois foram parcialmente feitos com blocos separados. Em ambos os lados da porta central do salão há cenas com imagens em tamanho natural de quatro dos filhos de Ramesés II sentados em frente a um sacerdote, o qual usa peles de pantera. Dois dos rostos aqui representados permanecem bem conservados e são de excelente qualidade artística. O corredor que representa a perna vertical da letra tê tem, no mínimo, 60 metros de comprimento. Ao longo de todo ele existem relevos, mas estão muito danificados. Memo assim, algumas das cenas mostram o faraó e vários de seus filhos na presença de Osíris, Hátor, Thoth, Ísis, Hórus e outras deidades. Dois cartuchos com o nome de Ramsés II fazem parte das cenas. Aparentemente, no topo das paredes havia inscrições dos nomes dos filhos reais, mas esta é a parte das imagens que se encontra mais danificada, infelizmente. No ponto em que as duas pernas da letra tê se encontram, existe uma imagem de Osíris cavada na rocha, assinalada no esquema acima e que aparece ao fundo da foto do topo desta página, com um metro e cinquenta centímetros de altura, que ainda retém alguma coisa do pigmento verde da pintura. Espera-se que outros compartimentos ainda possam ser desenterrados nas próximas escavações. Estima-se que várias dezenas de anos serão necessários para completar inteiramente o trabalho. Diversos tipos de objetos foram achados. Entre eles, restos humanos e de animais, jóias, objetos religiosos, equipamentos tumulares, vasilhas e documentos escritos. Destacam-se estatuetas funerárias, fragmentos de estátuas de madeira, amuletos, centenas de contas de faiança, engastes para estátuas e móveis e milhares de pedaços de jarros de barro. Várias ostracas foram encontradas. Elas são fragmentos de rocha com inscrições na forma de rascunho, mas frequentemente de caráter prático. Uma delas, por exemplo, documenta o recebimento de 200 lamparinas para uso dos contrutores do túmulo. Situada no famoso Vale dos Reis e batizada de KV 5, essa é a maior tumba daquele local. Nenhuma outra tumba ali situada tem mais de 30 câmaras e a maior parte tem apenas de seis a oito. Na realidade a existência desse túmulo é conhecida desde 1935, quando sua parte dianteira foi parcialmente investigada pelo arqueólogo James Buron, sem que se descobrisse quem era seu proprietário. Posteriormente os escombros de outras escavações encobriram sua entrada e ele foi esquecido por um longo tempo. Em 1995 Weeks informou que em fevereiro daquele ano havia encontrado, ao final de um corredor com 20 câmaras, uma passagem que conduzia a uma estátua do deus Osíris. Dela partiam dois corredores transversais também com 20 câmaras cada um. Ao final deles havia escadas que aparentemente levariam a mais salas em um nível inferior. Essa última hipótese não se confirmou, pois parece que as escadas termimam de forma abrupta. Existem, entretanto, outros corredores que levam a níveis inferiores e os escavadores aparentemente ainda não acharam o fim destas passagens. Nas primeiras oito câmaras escavadas havia duas dúzias de representações que mostram os filhos do faraó. Infelizmente, a maioria dos nomes inscritos junto das imagens foram destruídos pela água ou pelo sal. Entre os nomes preservados está o de Amun-her-khepseshef, o filho mais velho de Ramsés II. Foi nesse fabuloso túmulo que, em 1997, Kent Weeks encontrou um crânio que talvez seja, justamente, desse filho do rei. Como Ramsés II tem sido considerado por muitos estudiosos como o faraó em cujo reinado ocorreu o êxodo hebreu, seu filho mais velho pode ter sido vitimado pela última das dez pragas enviadas por Deus para convencer o faraó a libertar o povo oprimido, ou seja, a morte de todos os primogênitos dos egípcios, inclusive de seus animais. |
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