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TÚMULO COM SARCÓFAGO DE MIQUERINOS O sarcófago de basalto do faraó Miquerinos (c. 2490 a 2472 a.C.) desapareceu no oceano em 1838 quando o navio que o transportava para o Museu Britânico afundou, provavelmente durante uma tempestade. Ainda hoje restam dúvidas sobre exatamente onde ele sossobrou. O navio mercante inglês Beatrice partiu de Alexandria em 20 de setembro daquele ano com destino à Ilha de Malta onde chegou sem problemas. Dali zarpou em 13 de outubro rumo ao porto de Liverpool e nunca chegou ao destino: simplesmente evaporou. Entretanto, o sarcófago ainda está no fundo do oceano. O egiptólogo Ernest A. Wallis Budge escreveu em 1893 que o naufrágio se dera no lado ocidental do Estreito de Gibraltar. Em 2008 a imprensa comentou que seriam feitas tentativas de encontrar o navio, pois antigas reportagens de jornais e velhos mapas indicariam que o local do naufrágio teria sido Cartagena, nas costas da Espanha. Existem rumores de que um mergulhador local descobriu o ponto exato do naufrágio na entrada para o porto. Ele teria até recuperado um pequeno sino da embarcação, mas não revela seu segredo a ninguém. Especula-se que, além do sarcófago, o Beatrice transportava centenas de caixas de antiguidades que conteriam esfinges de granito rosa e peças de ouro.

DECORAÇÃO DO SARCÓFAGO DE MIQUERINOS O sarcófago foi encontrado na câmara mortuária da pirâmide de Miquerinos pelo egiptólogo Richard William Howard Vyse e estava completamente vazio. O basalto tinha um fino polimento de cor marrom escuro, mas era azul onde tinha sido lascado ou quebrado. Além de areia, pedras, lixo e destroços variados, havia um pó preto na câmara atribuido a insetos e fezes de morcegos. O esterco de grandes pássaros aparecia em muitos lugares, particularmente no sarcófago, e aparentava estar lá há muitos anos. Vyse deduziu que alguma substância cortante, como pó de esmeril, havia sido usada para construir o sarcófago, que parecia ter sido serrado. Isto era um fato notável, já que a arte de serrar mármore não foi conhecida pelos romanos a não ser num período tardio de sua história. A tampa do sarcófago havia sido fixada originalmente no lugar por dois pinos e, também, por um rabo-de-andorinha. Ela estava quebrada e seus pedaços foram achados na câmara funerária e em outros locais da pirâmide. O sarcófago tinha 2,43 m de comprimento e 94 cm de largura. Sua altura era de 88,9 cm. As dimensões interiores eram: 1,96 m de comprimento, 62,23 cm de largura e 62,23 cm de altura. O peso foi calculado em quase três toneladas. Não havia inscrições ou hieróglifos, mas a peça estava decorada no estilo que os egiptólogos denominam fachada de palácio. A ilustração de como ela estava lindamente decorada externamente é da obra Operations Carried on at the Pyramids of Gizeh in 1837 de autoria de Vyse. Colocado originalmente no centro da câmara, o sarcófago fora movido já que, como mostra a ilustração no alto desta pagina, foi achado encostado na parede. Talvez deslocado por ladrões de tumbas que acreditavam na existência de tesouros enterrados sob ele.

Para remoção do sarcófago foi necessário retirar blocos interiores da pirâmide para que, num espaço mais amplo, ele pudesse ser colocado numa plataforma com rodas e atingisse o fundo da passagem de entrada. A partir dai ele foi sendo puxado para cima com o emprego da força muscular e de um guincho situado na entrada do monumento, mas nem tudo correu bem. No meio do caminho um dos lados da plataforma enguiçou e não havia espaço suficiente para consertá-la. Os operários recorreram ao uso de alavancas para arrastar a caixa de pedra pela passagem ascendente até a luz do dia. O sarcófago foi colocado sobre uma carreta e, com pranchas de madeira posicionadas em baixo das rodas do veículo, foi puxado por cima das pedras e da areia até o posto de expedição. Depois de embalado com pranchas resistentes de madeira, foi enviado para Alexandria provavelmente de barco ao longo do Nilo. Não há registros de detalhes desta fase da operação. Vyse fez apenas uma referância sobre a perda do sarcófago: Foi embarcado em Alexandria no outono de 1838 a bordo de um navio mercante que se supõe ter se perdido em Cartagena, pois dele nunca se teve mais notícias depois que zarpou de Livorno no dia 12 de outubro daquele ano e algumas partes dos destroços foram recuperadas perto daquele primeiro porto.

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AKHENATON E OBAMATEYE E MICHELLE Vocâ acredita em reencarnação? E quem reencarna tem o rosto parecido com aquele que tinha na reencarnação anterior? Será que foi isso o que aconteceu com Barak e Michelle Obama? É claro que estamos brincando, mas um blog norte-americano detectou incrivel semelhança entre o ex-presidente e Akhenaton e entre a ex-primeira dama e Teye, a mãe daquele faraó. O que você acha? Assim como já destacamos em Fatos Curiosos sobre o Antigo Egito — Parte 12 a semelhança entre Michael Jackson e um busto do Field Museum, também achamos estas outras duas semelhanças muito curiosas.

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UM DOS SELOS EGÍPCIOS A Biblioteca de Alexandria — a moderna, não a antiga — lançou um site com mais de 2300 selos postais egípcios emitidos desde 1866, quando o sistema de correio egípcio foi criado, até o presente. Um exemplo é este ao lado, de 1974, comemorativo do museu que contém a barca solar de Kéops. O endereço está aqui. É interessante, mas não existe versão em inglês, o que dificulta a navegação. Minha sugestão é que você digite no Google: "egypt postage stamps" e verá centenas de estampas bem sugestivas.

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FACES DA MOEDA E já que falamos de selos, vamos falar também de moedas. O Tesouro das Ilhas Virgens Britânicas emitiu oficialmente, em 13 de maio de 2013, uma moeda nova e única do ponto de vista tecnológico que destaca as Grandes Pirâmides de Gizé. A moeda, surpreendente, foi cunhada em relevo ultra-alto: seu ponto mais alto ergue-se aproximadamente a 5 milímetros de sua superfície principal. Quando vista do lado, a verdadeira genialidade e característica extraordinária da moeda ganha vida, mostrando não somente as pirâmides tridimensionais, mas também as flutuantes dunas de areia de Gizé que criam a paisagem irregular do deserto. Além disso, areia trazida do local das Grandes Pirâmides foi encapsulada dentro dela tornando-aMOEDA VISTA DE LADO uma moeda sem igual no mundo. O anverso da moeda estampa a efígie da Rainha Elizabeth II. O valor estampado é de 10 dólares, são de prata, pesam 31 gramas, têm diâmetro de 30 milímetros e foram cunhados 1999 exemplares. Feita para colecionadores, é apresentada em caixa triangular de cor dourada que condiz com o tema da moeda. Para adquiri-la você terá que desembolsar cerca de 300 dólares.

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CINEMA LOUXOR EM 1922 Construido em estilo neo-egípcio, o cinema Louxor abriu suas portas em Paris em 1921. A foto à esquerda é do ano seguinte. Estava localizado em Barbès, um bairro do proletariado daquela cidade. Foi projetado pelo arquiteto Henri Zipcy e financiado por um homem de negócios chamado Henri Silberberg que faliu e morreu logo após a abertura. Foi vendido para a Pathé Frères, uma empresa cinematográfica, sob cuja administração o Louxor sofreu várias transformações, perdeu seu interior neo-egípcio, os mosaicos originais do exterior do prédio e afundou gradualmente em um estado de abandono. Em 2003 foi comprado pela prefeitura de Paris e em 2008 o arquiteto Philippe Pumain foi incumbido de restaurar o cinema. Foram gastos 25 milhões de euros na empreitada. O trabalho foi baseado em traços das cores encontradas nas escavações e em duas fotografias do teatro em 1920. Em abril de 2013 o cinema foi reaberto. No saguão há uma réplica de um cartucho egípcio antigo pendurado no teto. Existem três teatros no complexo. O maior deles pode acomodar 340 espectadores numa sala cuja altura é de 13 metros. Ele tem doisCINEMA LOUXOR ATUALMENTE balcões e no balcão superior há uma série de três assentos de madeira com um símbolo egípcio na parte de trás que veio do teatro original. Mas o cinema é moderno: está envolto por uma caixa exterior protetora que o separa das vibrações do metrô e tem um projetor 4K digital e outro de 35 milímetros para projetar filmes tradicionais numa tela de 5x9 metros. No sub-solo há mais duas salas de espetáculos. Barbès continua sendo um bairro do proletariado, e um dos mais diversos e dinâmicos da capital francesa. Se você for a Paris o endereço é o seguinte: Boulevard de Magenta, 170. Mas se não for, clique aqui e se encante com várias fotos do cinema antigo e do moderno, como, por exemplo, esta que vemos ao lado.

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CENA DO FILME Em 1923, o pioneiro diretor cinematográfico Cecil B. DeMille construiu o maior set da história do cinema nas dunas próximas da cidade de Guadalupe, na Califórnia, para o filme mudo Os Dez Mandamentos. O local ficou conhecido como A Cidade do Faraó e abrangia 38 km quadrados. Terminada a filmagem ele ordenou que todo o conjunto fosse desmantelado e secretamente enterrado nas dunas. E a assim chamada Cidade Perdida de Cecil B. DeMille lá permaneceu esquecida por 60 anos. Na foto acima uma cena do filme.

ESFINGE DO FILME Em 1983, um grupo de cinéfilos persistentes localizou os restos do set. Eles se inspiraram numa pista inserida na autobiografia de DeMille. A frase dizia: Se daqui a mil anos arqueólogos escavarem sob as areias de Guadalupe, espero que eles não corram para divulgar a incrível notícia de que a civilização egípcia se estendeu até a costa do Pacífico. O material foi desenterrado e uma variedade de artefatos dos cenários e das pessoas que trabalharam na produção do filme encontram-se hoje expostos no Guadalupe-Nipomo Dunes Center, naquela cidade. Muitos dos artigos cotidianos descartados ou perdidos pelo elenco e pelos técnicos continuavam sendo lentamente desenterrados em 2013.

As muralhas da "cidade" tinham 36,50 metros de altura e 243 metros de comprimento. Todo o conjunto pesava 453600 quilos, o que inclui 300 toneladas de gesso, 152400 metros de placas de madeira, 11340 quilos de pregos e 120 quilômetros de cabos de reforço. Havia 25 esfinges, pesando cinco toneladas cada uma, ladeando a estrada de entrada. Quatro estátuas de 10 metros de altura do faraó Ramsés II, construídas com 35 toneladas de gesso e argila para modelagem, flanqueavam os portões. O elenco e a equipe técnica incluia 3500 atores que viveram em 500 barracas apelidadas de Acampamento DeMille, o qual incluiu um hospital, a administração, uma sala de projeção, uma cozinha na qual trabalhavam 125 cozinheiros e uma barraca comunitária que podia acomodar 1500 pessoas. Trombetas soavam às 4:30 da manhã para acordar todo esse pessoal. Uma frota de 132 caminhões trazia comida e suprimentos das cidades vizinhas. Um único almoço consumia 7500 sanduíches, 2500 laranjas e maçãs e 400 galões de café. Um total de 5000 animais foi alugado de jardins zoológicos e fazendas locais e comiam mais de 9000 quilos de feno por dia. Estão expostos pedaços de figuras gigantescas — um antebraço e mão, um baixo relevo da face do faraó e a pata de um leão — bem como hieróglifos de madeira e elementos da decoração das paredes da cidade. Existem ainda pedaços das vestimentas e moedas com motivos egípcios aparentemente usadas no filme pelo elenco. Curiosamente elas dizem: 45 B.C., ou seja, antes de Cristo. É óbvio que em 45 a.C. eles não sabiam que viviam antes de Cristo. Na foto acima uma das esfinges usadas no filme.

As filmagens foram feitas em um ritmo louco e condensadas em apenas trés semanas. Ao final, todo o conjunto tinha que ser desmontado para que as terras fossem entregues de volta aos proprietários. O desmonte dos cenários encareceria ainda mais os custos de produção que já haviam alcançado mais de 1,4 milhão de dólares, mais do que qualquer outro filme feito anteriormente. Ao invés de pagar os trabalhadores para derrubarem tudo, o cineasta usou um método mais rápido: os artefatos foram dinamitados e toda a área coberta com areia rapidamente. Parece incrível que estátuas feitas de gesso para durarem apenas dois meses tenham sido conservadas a ponto de ainda estarem sendo desenterradas em 2015.





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