Se por um lado as doenças cardíacas já afligiam os antigos egípcios, outro estudo, realizado no Reino Unido pelo Centro de Egiptologia Biomédica da Universidade de Manchester, sugere que o câncer é uma doença moderna, causada por fatores ambientais e extremamente rara na antiguidade. Foram analisados restos mumificados, evidências literárias dos papiros e dos antigos escritos gregos, estudos médicos de seres humanos, restos humanos pré-históricos fossilizados e fósseis de animais que datam do tempo dos dinossauros. Os resultados mostraram que entre os humanos e primatas não humanos cânceres eram extremamente raros e os que ocorreram eram de um tipo benigno. Os poucos cânceres malignos achados estavam em primatas não humanos, mas nenhum dos cânceres eram dos tipos achados em humanos adultos modernos. A conclusão foi a de que o câncer é resultado da dieta e da poluição da idade moderna. Apenas um caso de câncer foi encontrado entre centenas de múmias egípcias, e há poucas referências à doença na literatura da época dos faraós. A múmia foi diagnosticada com câncer do reto. Aos que discordaram das pesquisas apontando o fato de que milhares de anos atrás o tempo médio de vida dos seres humanos era de apenas 30 anos, os pesquisadores responderam que a taxa de pessoas com câncer, especialmente em crianças, subiu grandemente desde a Revolução Industrial, mostrando que velhice não é a causa principal da doença. Especialistas afirmam que em sociedades industrializadas o câncer só perde para a doença cardiovascular como causa de mortalidade. Mas antigamente era extremamente raro. Não há nada no ambiente natural que possa causar câncer. Assim, ele tem que ser uma doença produzida pelo homem até em função da poluição e de mudanças da nossa dieta e estilo de vida. Nossa exposição diária ao monóxido de carbono, ondas de rádio, micro-ondas, raios X, corantes alimentícios, benzeno, conservantes de alimentos, subprodutos de plástico, hormônios e fertilizantes realmente podem ter um efeito profundo em nossas chances globais de adquirir câncer. A pesquisa ainda afirma que arteriosclerose, a doença de Paget do osso e a osteoporose existiam no Egito e na Grécia antiga. Tais doenças atingiam as pessoas da antiguidade, mas o câncer era raro, sugerindo que não é somente o fato de nós agora vivermos por mais tempo que causa o aparecimento do câncer. As primeiras descrições de cirurgias de câncer ocorreram no século XVII d.C. e os primeiros relatórios na literatura científica de tipos diferentes de tumores datam dos últimos 250 anos. Textos de 1775 e de 1761 discutem o câncer escrotal nos limpadores de chaminés e o câncer nasal nos consumidores de rapé. Na ilustração, células canceríginas.
|