Descobertas Arqueológicas

UM MINISTRO DA FAZENDA



PEDAÇO DE UM RELEVO Djehuty foi Supervisor do Tesouro e Supervisor dos Trabalhos da rainha Hatshepsut (c. 1473 a 1458 a.C.), ou seja, seu Ministro da Fazenda e de Obras Públicas. Quando ela enviou uma expedição comercial ao país de Punt, a atual Eritreia, Djehuty foi encarregado de contabilizar as riquezas trazidas de lá. Seu túmulo pertence à necrópole denominada Dra Abu el-Naga, formada por numerosas tumbas escavadas no sopé de uma colina rochosa situada na margem ocidental de Luxor, a antiga Tebas. Em 28 de janeiro de 2002 uma jovem equipe hispano-egípcia de arqueólogos iniciou os trabalhos de campo na escavação desse sítio. Os trabalhos se estenderam até 28 de fevereiro do mesmo ano. Este pedaço de relevo que vemos acima foi um dos achados.

Os relevos que decoram as paredes do interior da tumba ainda conservam, em muitos lugares,DETALHE DE UMA PAREDETOCADOR DE HARPA a policromia original, como exemplificam as duas imagens ao lado. A qualidade e a riqueza temática das inscrições e das cenas gravadas na pedra fazem com que o túmulo seja de grande importância, tanto para a história política e social, quanto para a história da arte do antigo Egito. Nessa primeira investida a equipe encontrou, logo na entrada da tumba, uma grande quantidade e variedade de objetos: mais de 40 "cones funerários" com inscrições, uma espécie de selo em relevo com o nome e os títulos de uma pessoa, dos quais 15 pertenciam a Djehuty (foto abaixo à direita); mais de 50 estatuetas funerárias pintadas e com inscrições, como, por exemplo, a da foto abaixo à esquerda; ensaios de artistas sobre tabuinhas de madeira revestidas de estuque e sobre fragmentos de cerâmica; textos em hierático, ou seja, escrita cursiva, registrados sobre papiro, cerâmica ou tabuinhas de madeira; fragmentos de caixões de madeira ou elaborados com tiras de linho coladas (cartonagem), conservando em muito bom estado sua policromía original; partes da tampa pintada e inscrita de umPEDAÇO DE ESTATUETACONE FUNERÁRIO ataúde de madeira da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.); numerosos fragmentos de inscrições e de cenas coloridas gravadas em relevo sobre a pedra; numerosos fragmentos de cerâmica, peças de pano de linho e ossos humanos mumificados e envoltos em faixas de tecido. Diante da quantidade de material recolhido, os arqueólogos acreditam que os trabalhos deverão durar mais de 10 anos.




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