Descobertas Arqueológicas

TÚMULO DE HAREMHAB Na necrópole de Abido foi descoberta, em meados de 2013, uma tumba da qual fazia parte uma pequena estrutura piramidal com cerca de sete metros de altura. Dentro de uma das câmaras funerárias abobadadas foi achado um sarcófago de arenito produzido com perfeição, pintado de vermelho, criado para um escriba chamado Haremhab. O sarcófago apresenta imagens de vários deuses egípcios e inscrições hieroglíficas com trechos do Livro dos Mortos. Não havia múmia no sarcófago e a tumba foi saqueada pelo menos duas vezes na antiguidade. Sobraram restos de esqueletos desarticulados de três ou quatro homens, 10 ou 12 mulheres e de pelo menos duas crianças.

A tumba foi feita com capricho usando-se tijolos de lama. Tijolos mais finos e curvos foram usados para fazer os tetos abobadados. O túmulo deve ter custado muito caro e os arqueólogos acreditam que um ou mais dos defuntos teria servido no exército, já que não era incomum naquela época que tumbas de indivíduos da elite incorporassem pequenas pirâmides. As câmaras, em número de três, originalmente eram subterrâneas e apenas ficava visível a pirâmide de faces íngremes. Talvez também pudesse ser vista uma pequena parede ao redor de toda a estrutura. É bem provável que a pirâmide em si tivesse uma pequena capela mortuária em seu interior, a qual conteria uma estátua ou uma estela com os nomes e títulos das pessoas ali enterradas. Outra câmara funerária, embora não contivesse um sarcófago, tinha estatuetas funerárias. Nelas está escrito que eram para o inspetor do estábulo, Ramesu. Esse parece ser um título militar e é possível que Ramesu, também soletrado Ramesses, fosse pai ou irmão mais velho de Haremhab. Eles eram homônimos de dois líderes militares seus comtenporâneos que viriam a seAMULETO CORAÇÃO tornar faraós: Haremhab em 1319 a.C. e Ramsés I em 1307 a.C. Talvez estes nomes fossem comuns naquela época. O fato de existirem mais ossos femininos do que masculinos no túmulo pode indicar que ambos eram polígamos, embora não se tenha certeza de que tal costume fosse praticado entre pessoas que não pertenciam à realeza. Outra possibilidade é que a tumba tenha sido usada por múltiplas gerações pela mesma família e assim conteria os restos de filhas, mães e outros parentes femininos. Ainda se pode supor que a tumba tenha sido reutilizada, sem permissão, em data posterior. Um dos artefatos mais interessantes que os arqueólogoss encontraram foi um amuleto no formato de coração com 6 cm de altura. Feito de jaspe vermelho e verde, estava quebrado em três pedaços. Trata-se de um tipo raro de amuleto e este em particular foi muito bem esculpido apesar da dureza das pedras que foram utilizadas. Provavelmente ficava junto ao tórax de um dos corpos e tem relação com a passagem do Livro dos Mortos referente à pesagem do coração. Na foto do topo da página vê-se, à esquerda, o poço retangular de entrada com paredes grossas que teriam servido de base para a pequena pirâmide e foi só isso o que sobrou dela. Na foto à direita vemos o amuleto na forma de coração.




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