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SHERIT A múmia de uma criança com idade entre quatro e cinco anos e altura de um metro e 20 centímetros quando morreu foi examinada na Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, com o uso da mais moderna tecnologia gráfica. Os cientistas puderam ver cada camada das bandagens de linho que foram enroladas ao redor do cadáver. Uma das descobertas mais notáveis foi o desenho de uma esfinge na máscara que cobre o rosto mumificado. Muitas múmias apresentam hieróglifos em suas bandagens, possivelmente identificando quem são eles e de onde vieram. Também foi possível ver claramente a resina de seiva de árvore usada para preencher o corpo da múmia e pedaços da cartonagem de gesso dourado que sobraram: máscara da face, um trecho do tórax e outro dos pés.

Um cirurgião plástico construiu uma réplica de como poderia ter sido o rosto daESQUELETO DE SHERIT criança, como vemos acima. A menina, que deve ter vivido na época de Cristo, foi batizada pelos pesquisadores de Sherit, que significa pequenina em egípcio. O sexo foi determinado com base no escaneamento da pélvis. Ficaram preservados, por baixo da resina da munificação, os longos cabelos ondulados da garota. Ao que tudo indica era uma criança saudável, que foi amamentada até antes de falecer e proveniente de uma família de posses, que a embalsamou com o melhor que o dinheiro podia comprar. Não se tratava de uma família real, porque não foi usado ouro puro e sim pintura dourada no invólucro da múmia. A menina foi enfeitada com brincos redondos, um amuleto e colares. Suas mãos estão cruzadas sobre o tórax. O corpo não apresenta ferimentos, nem sinais de moléstia crônica prolongada, sendo que a causa da morte, provavelmente súbita, parece ter sido uma doença intestinal. Esse era um acontecimento comum entre as crianças do vale do Nilo naquela época, já que metade das crianças morria antes de completar cinco anos de idade. Os vasos canopos foram colocados entre as pernas do cadáver, como pode ser percebido na foto ao lado.

De maneira inédita, os cientistas retiraram amostras microscópicas da resina protetora da máscara mortuária e conseguiram identificar vários de seus elementos, tais como incenso e mirra da Somália. Nesse processo descobriram componentes de um perfume natural dentro da resina. Procuraram então uma perfumista de renome, Mandy Aftel, que conseguiu recriar a fragrância, o que deu oportunidade aos pesquisadores de conhecerem o genuíno aroma de um antigo perfume funerário egípcio.