Em julho de 2010 arqueólogos descobriram um túnel misterioso dentro do túmulo do faraó Seti I (c. 1306 a 1290 a.C.), o qual parte da base de uma escadaria de pedra. O surpreendente é o fato dele ligar a tumba a lugar nenhum. Depois de três anos retirando entulho e artefatos da passagem, os escavadores se viram diante de uma parede. Parece que os antigos trabalhadores que criaram o túnel íngreme sob o Vale dos Reis pararam abruptamente depois de cortarem 174 metros na rocha. Cavado provavelmente depois da tumba ficar pronta, é possível que o plano fosse o de construir outra câmara funerária no fim do túnel, o que não deve ter ocorrido devido à morte do faraó.
Na realidade a existência desse corredor já era conhecida desde 1817, quando o explorador veneziano Giovanni Battista Belzoni descobriu e escavou a tumba de Seti I, mas só em 2010 ele foi penetrado até o seu final. Dentre os artefatos encontrados estavam estatuetas funerárias de madeira e faiança, como essa cuja foto vemos à direita; peças de cerâmica; um modelo de embarcação em faiança e cartuchos de pedra calcária do rei. Nas paredes da parte principal do túmulo existe uma cena, que vemos acima, na qual serpentes esperam ao pé de um túnel íngreme, o que talvez evidencie que ele fora planejado desde o princípio. A cena pode ser uma referência ao Livro das Horas no qual uma serpente guia as pessoas boas na vida após a morte. Embora todo o túmulo de Seti I esteja coberto de relevos ornamentais, as paredes do túnel são quase que completamente brancas. Foram encontrados grafites em vermelho nas escadas, os quais parecem ser instruções do arquiteto: Desloque o batente da porta e faça a passagem mais larga.
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