Alguns egiptólogos sugeriram que este rei foi um usurpador. Entretanto, além da eliminação do nome de seu antecessor de vasos de pedra, substituídos pelo seu próprio nome, e da omissão de sua titulatura na lista de faraós de Saqqara, não há evidências concretas desse fato. Seu período, porém, deve ter sido instável e Maneton, que o chama de Semempses, afirma que durante seu reinado houve muitos portentos e uma grande calamidade. O historiador lhe atribui 18 anos de realeza, mas o fragmento da Pedra de Palermo que se encontra no Cairo contabiliza apenas nove anos, duração que parece mais confiável. Seu nome pode significar Amigo Atento segundo alguns egiptólogos, ou Companheiro dos Deuses, segundo outros. Considera-se certo que ele seria filho de Betrest, a qual pode ter sido esposa de Den ou de Anedjib e, portanto, a paternidade de Semerkhet é incerta. Se Den tiver sido seu pai, ele seria irmão de Anedjib. Acima vemos um fragmento de cerâmica inscrito com o nome de Semerkhet encontrado no túmulo do seu sucessor Qaa.
Seu túmulo em Abido é bem superior ao de Anedjib, seu predecessor. É formado por uma câmara funerária subterrânea revestida de tijolos a qual pode ser acessada por uma passagem descendente a leste. O teto era originalmente de madeira e o espaço está rodeado por sepulturas regulares e bem construídas destinadas aos criados do rei. Como estas sepulturas estão diretamente ligadas à câmara funerária principal, alguns arqueólogos entendem que isto pode significar que os enterros subsidiários foram feitos no mesmo momento do enterro do rei, sugerindo sacrifícios humanos. Parece provável que houvesse uma estrutura acima do solo não apenas por cima da câmara real, mas também por sobre todo o conjunto que, no total, media 29,2 por 20,8 metros. Ao investigar o túmulo, o arqueólogo Flinders Petrie achou a rampa de entrada saturada até a altura de 90 cm com óleo aromático que, depois de milhares de anos, ainda penetrou a tumba inteira com seu cheiro.
Uma grande estela funerária de pedra negra de quartzo encontrada no túmulo mostra o nome de Hórus do faraó. Teriam existido duas destas estelas colocadas no lado externo da entrada da tumba, como era usual no princípio da I dinastia (c. 2920 a 2770 a.C.). Em um pedaço de marfim, cuja foto e desenho vemos ao lado e abaixo, aparece o nome de Henuka, o qual acredita-se ter sido um importante funcionário do reinado deste faraó e de seu sucessor, Qaa. A peça originalmente era rótulo de um recipiente para óleo e nela também há referências a um festival religioso num ano específico do reinado do faraó.
Os arqueólogos não descobriram túmulo de Semerkhet em Saqqara, diferentemente do que ocorreu com seus antecessores. Também não encontraram mastabas de funcionários ligados a ele naquela localidade, provavelmente porque os mesmos sobreviveram ao rei e vieram a servir a outros faraós. Semerkhet deve ter mantido relações comerciais com os povos que viviam nos territórios palestinos.
Nome | Semerkhet |
Avós | --- |
Pai | Den ou Anedjib (?) |
Mãe | Betrest |
Esposa | --- |
Filhos | Qaa (?) |
Pirâmides construídas | --- |
Túmulo | Abido |
Múmia | --- |
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