Embora Maneton tenha atribuído 26 anos de reinado a este faraó, os modernos egiptólogos acreditam que este período tenha sido muito menor, ou seja, em torno de apenas 10 anos, em função da escassez de informações sobre ele registradas nos monumentos egípcios. Ainda que se saiba que Anedjib celebrou um festival Heb-Sed, algo que não acontecia normalmente até que um rei tivesse permanecido no trono durante um tempo considerável, isto se deu, presumivelmente, porque ele já era velho quando sucedeu a Den, e a celebração daquele festival era considerada auspiciosa para renovar os poderes de um rei com idade avançada. Registros contemporâneos sugerem que ele reinou durante uma época de instabilidade política e conflito dinástico entre o Alto e o Baixo Egito. Nascido no Alto Egito, foi obrigado a derrubar várias insurreições no Baixo Egito e é provável que tenha sido deposto por Semerkhet, seu sucessor. Numerosos vasos de pedra nos quais suas inscrições foram apagadas pelo sucessor e o tamanho exíguo de sua tumba reforçam esta impressão.

Foram localizados dois túmulos ligados a ele: um em Abido, onde provavelmente foi enterrado, e outro em Saqqara. Do grupo das tumbas reais em Abido, a deste rei é a menor e de construção mais pobre. O túmulo em Saqqara, embora seja mais elaborado no projeto e na construção, é consideravelmente menor do que outras tumbas reais da área. Em Abido o túmulo, cuja planta vemos ao lado, consiste de uma cova revestida de tijolos, dividida em duas dependências por uma parede atravessada. A leste uma escada descendente conduz à sala principal. Originalmente a câmara funerária tinha o piso, as paredes e o teto revestidos de madeira, um luxo para um país que pouco dispunha desse material. As dimensões totais do túmulo, incluindo-se a parte que ficava acima do solo, era de 16,4 por 9 metros. Em torno da estrutura principal havia 64 sepulturas pobremente construídas para os criados sacrificados.

Quanto ao túmulo de Saqqara, foi datado do reinado de Anedjib por meio de inscrições em jarros e em outras peças que também mencionam o nome de um funcionário chamado Nebitka, que presumivelmente foi enterrado nessa tumba. Ela apresenta algumas características arquitetônicas muito interessantes e significativas. Acima do solo sua estrutura assemelha-se a uma pirâmide de degraus, mas apenas a parte inferior foi preservada e é possível que continuasse para cima na forma piramidal. Cercando essa pirâmide havia um muro com seu exterior decorado com as tradicionais saliências e recessos. Arqueólogos acreditam que nesse caso houve uma junção arquitetônica da estrutura em pirâmide usada no Alto Egito com a estrutura retangular de muros apainelados empregados no Baixo Egito e, assim, talvez possa ser considerada uma precursora da pirâmide de degraus de Djoser. Outra característica não usual desta tumba é sua dupla entrada: uma escada que leva à câmara funerária e outra para uma sala acima dela. Todo o monumento media 37 por 13,85 metros.

Algumas mastabas construídas durante o reinado deste rei são belas e mostram sinais de avanços arquitetônicos. Além disso, várias estátuas de pedra atestam que a tradição de fazer estátuas do faraó já havia começado. Nelas ele á retratado com diferentes vestuários e as peças, provavelmente, eram exibidas em seus templos.