Descobertas Arqueológicas |
Os pesquisadores sempre se mostraram intrigados com a existência na pirâmide de Kéops de dois condutos que, a partir da câmara do rei, penetram no interior do monumento e atingem suas faces externas nas paredes norte e sul. Tais condutos são considerados pelos estudiosos como meios de ventilação da câmara, mas também acredita-se que possam ter tido propósitos religiosos. Em 1992, Rudolf Gantenbrink, um engenheiro alemão especializado em robótica, em colaboração com o Instituto Alemão de Arqueologia, empregando um robô que ele mesmo projetou e construiu, iniciou a exploração do interior daquelas passagens misteriosas da Grande Pirâmide. A primeira tarefa consistiu na localização da saída do conduto do lado sul, cuja posição exata havia sido perdida e esquecida desde o início do século XIX, e na limpeza dos escombros que se acumularam durante séculos nas saídas dos condutos, principalmente na saída do conduto do lado norte da pirâmide, cujo ângulo de inclinação é menos íngreme, o que facilita a entrada de areia e outros detritos. A uma altura de 80 metros, diretamente sobre a entrada principal da pirâmide, há uma pequena abertura que mede aproximadamente 30x30 cm. Por trás dessa abertura salteadores não identificados cavaram um túnel com mais de 11 m de comprimento e dimensões de 70x70 cm., que destruiu completamente o teto e a parede leste do conduto naquele trecho. Ao retirarem desse túnel cerca de quatro metros cúbicos de areia, pedra e entulho, os pesquisadores encontraram uma maquininha bastante corroída, um pequeno veículo de quatro rodas feito de ferro maciço e pesando cerca de 30 quilos, que caberia dentro do conduto. Supõe-se que tenha sido usado pelo arqueólogo Flinders Petrie em suas pesquisas realizadas em 1881 e 1882. A empreitada provavelmente não teve êxito porque qualquer um que tentasse de fato manobrar o artefato para introduzi-lo por toda a extensão do conduto, com certeza não teria conseguido puxar esse equipamento, de difícil controle, de volta até à saída novamente. A equipe de Gantenbrink percebeu que o conduto norte estava totalmente obstruído e era óbvio que lá dentro havia pedras bem grandes. Assim sendo, qualquer tentativa de desobstruir o conduto empurrando as pedras para baixo iria bloqueá-lo ainda mais. Para solucionar o problema, eles afunilaram a extremidade de um eixo de caminhão e nele soldaram um grande cinzel. Então, introduziram esse artefato de 40 quilos na entrada do túnel, prenderam uma corda na outra extremidade e o arremeteram para baixo. Seu choque com os escombros arrebentou as pedras maiores em pedaços menores, alguns dos quais deslizaram pelo conduto. Três vezes a manobra foi repetida até que centenas de quilos de poeira e escombros despencaram e o conduto ficou totalmente desobstruído, enquanto uma nuvem de pó invadia a pirâmide por várias horas. O primeiro robô que foi construído por Gantenbrink dispunha de uma câmera de vídeo e foi usado para inspecionar os dois condutos que existem na chamada câmara da rainha, mas era pouco robusto para vencer vários obstáculos encontrados. Também se mostrou inadequado por ser muito alto para atravesar algumas das passagens dos condutos, os quais têm seção quadrada com lados medindo 20 centímetros. O engenho acabou parando de funcionar sem que os resultados alcançados tivessem sido expressivos. O segundo equipamento, que foi empregado para inspecionar os condutos da câmara do rei, além da câmera de vídeo, dispunha de três feixes de laser que permitiam medir com exatidão a altura e a largura do conduto à medida em que penetrava por ele. Sem mecanismo próprio de propulsão, tinha que ser movimentado através dos condutos com o uso de um sistema de manivela. Suas dimensões foram reduzidas ao mínimo, para permitir passagem pelas seções mais estreitas dos condutos. Na primeira tentativa o robô se desprendeu do cabo que o sustentava mas, felizmente, sofreu poucas avarias. Na segunda tentativa foi possível enviar o robô por toda a extensão de ambos os condutos da câmara do rei, realizando uma medição dos blocos que formam tais passagens e de suas junções e espaçamentos. Nada de muito excepcional foi descoberto, a não ser que os dois condutos apresentam curvas ao longo de seus trajetos e que suas aberturas para o exterior não estão alinhadas, ou seja, a linha imaginária que as une não é paralela ao eixo norte-sul do monumento. Um detalhe inesperado foi encontrado no conduto do lado sul: a uma distância de 5 metros e 90 centímetos de sua saída para o exterior da pirâmide ele apresenta pequenos nichos, como se fossem recessos nas duas paredes laterais, assinalados na figura acima pelos pontos vermelhos dos feixes de laser, cuja função permanece desconhecida. |
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