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ROSTO DE NAKHTE-BASTET-IRU Nakhte-Bastet-Iru, literalmente Bastet é forte em suas manifestações, deve ter falecido por volta de 800 a.C. A múmia pertence, há mais de um século, ao Museu Público de Grand Rapids, cidade localizada no estado americano de Michigan. O nome da morta está inscrito em hieróglifos em seu ataúde. Também aparecem o nome e os títulos de seu pai e uma fórmula padrão de oferenda funerária para que seu ka nunca passe fome na vida após a morte. A cartonagem, a qual mostra uma representação idealizada da falecida e pode ser vista na foto abaixo, fornecia camadas extras de proteção, o que inclui representações de deuses e deusas benfeitores e poderosos símbolos mágicos. CARTONAGEM DE NAKHTE-BASTET-IRUATAÚDE DE NAKHTE-BASTET-IRU

Acredita-se que tenha sido filha de Djed-Khonsu-Iuf-Ankh, um importante sacerdote do grande templo de Amon em Karnak encarregado da administração e abastecimento do Barco Sagrado e abridor das portas do céu. Os títulos do seu pai, a alta qualidade do caixão e a mumificação cuidadosa indicam que pertencia a uma família rica e importante. Ela própria detinha o título de Senhora da Casa, o que denota que era dona de propriedades.

Ela não tinha mais do que 20 anos quando faleceu. Com apenas 1,46 m de altura, pode ser considerada baixinha para seu tempo, já que a altura média das mulheres egípcias era de mais de 1,56 m. Tinha saúde bucal bastante boa a julgar por sua dentição maxilar na qual não há sinais de cavidades, abscessos ou desgaste.

Análise dos textos e do estilo da decoração permite datar o ataúde dos meados da XXII dinastia (c. 945 a 712 a.C.). Na foto à direita vemos uma peça de madeira que ficava colocada entre o fundo do caixão e a múmia. Esta, seu caixão e cartonagem foram adquiridos por um cidadão proeminente da cidade americana, Edward Lowe, que visitou o Egito em 1909 e doou o conjunto ao museu após seu retorno. Em 1999, Norman Sauer, um antropólogo forense da Universidade Estadual de Michigan, recriou o crânio da mulher egípcia usando uma tomografia computadorizada tridimensional. Com o crânio fundido em uma resina epóxi, Jennifer Fillion, então estudante de doutorado em antropologia biológica, criou um modelo em argila que se aproxima de como Nakhte-Bastet-Iru teria parecido. Fotos de Jeffrey Kaczmarczyk.

MÚMIA E ATAÚDE DE NAKHTE-BASTET-IRU O cérebro de Nakhte foi retirado através da abertura nasal. Os olhos foram removidos e um pedaço de linho permanece na órbita direita, mas a esquerda está vazia. Este tecido foi provavelmente embebido em resina. As vísceras foram retiradas através de uma incisão no lado esquerdo do abdomen. Ao longo do tronco e na cavidade craniana há materiais usados para ajudar o corpo a manter sua forma. Estes incluem o que parecem ser pedaços de linho, pacotes viscerais, resina e substâncias granulares de baixa densidade, provavelmente serragem. Um pacote visceral é criado pela remoção dos órgãos internos, cobrindo-os com resina, envolvendo-os em linho, e depois retornando o pacote para a cavidade abdominal. Existem três amuletos no peito da múmia, com comprimentos entre 1,5 e 2 cm, embora não tenha sido possível distinguir o que representam. Dois são metálicos e o terceiro parece ser de faiança. A foto acima, que mostra o conjunto ataúde, cartonagem e múmia, tem copyright de NAC Photographic.

Estudo detalhado da ossatura do corpo revelou que a ulna e o rádio direitos, bem como ambas as mãos e punhos, a sexta vértebra cervical e o hióide não estavam presentes. Havia numerosas fraturas no esqueleto, principalmente da cintura para cima. Todas elas foram atribuídas a danos post mortem e algumas foram estimadas como cortes de serra. Como a múmia foi desembrulhada em 1910, algumas destas agressões podem ter ocorrido naquela ocasião.

MÚMIA DE NAKHTE-BASTET-IRU