Descobertas Arqueológicas

UMA DAS MÃOS DECEPADAS Dezesseis mãos humanas enterradas em quatro covas foram encontradas, em agosto de 2012, num palácio da antiga cidade dos Hicsos, em Avaris, a Tell el-Daba atual, na região do delta do Nilo a nordeste do Cairo. Duas das covas, situadas em frente ao que se acredita tenha sido a sala do trono, continham uma mão cada. As outras duas covas, cavadas numa época posterior em um espaço exterior do palácio, continha as 14 mãos restantes. São todas mãos direitas, nenhuma delas é uma mão esquerda. A maioria delas são bem grandes e algumas são muito grandes. Na ocasião em que foram enterradas, o palácio deveria estar sendo usado pelo rei Khian da XV dinastia (c. 1640 a 1532 a.C.). As mãos parecem ser a primeira e única evidência física existente até agora de uma prática atestada pela antiga arte e escrita egípcia. Dos textos e imagens surgem soldados que, em troca de ouro, apresentam ao rei, ou ao seu representante, a mão direita decepada de um inimigo morto em batalha. Cortar a mão direita não apenas tornava a contagem das vítimas mais fácil, mas tinha o propósito simbólico de eliminar a força do inimigo por toda a eternidade. Cada cova representa uma cerimônia. As mãos encontradas tanto podem ter sido de egípcios, quanto de pessoas contra as quais os Hicsos lutavam em outras regiões. Os egípcios também tinham o costume de cortar as mãos dos inimigos e talvez até o costume tenha vindo deles, já que não há sinais dessa prática na região da qual os Hicsos eram originários. Um guerreiro egípcio de nome Ahmose, filho de Ibana, por exemplo, recebeu "ouro em dobro" ao apresentar ao arauto real três mãos de inimigos núbios.



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