Um túmulo bem preservado que deve ter pertencido a um guerreiro egípcio foi descoberto em Dra Abul el-Naga, não muito longe do Vale dos Reis, em fevereiro de 2008. Dentro de um poço funerário toscamente cavado no leito da rocha, foi encontrado um ataúde de madeira fechado inscrito com o nome "Iker" que significa "o excelente" em egípcio antigo. Junto ao caixão também foram achadas dois arcos e cinco flechas feitas de junco, três delas ainda com penas. O ataúde data do Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.) e está adornado com desenhos de Iker apresentando oferecendas à deusa Hátor. Está preservado razoavelmente bem, mas sofreu algum dano por inundações e cupins. Baseados nas suas inscrições e nas cerâmicas achadas perto dele, os peritos concluiram que o sepultamento se deu no princípio da XI dinastia (c. 2040 a 1991 a.C.). Dentro do ataúde, os arqueólogos acharam a múmia de Iker, deitada sobre seu lado esquerdo, junto a dois arcos e três bastões que teriam sido usados para indicarem o alto grau do falecido. Normalmente as pessoas importantes carregavam um bastão como um modo de serem reconhecidas como chefes de uma tribo ou família. A presença de arcos e flechas significa que Iker era provavelmente um soldado contratado a serviço de um rei, embora os detalhes exatos ainda estejam obscuros. Os soldados tiveram um papel importante na sociedade durante esse período, quando o Egito foi reunificado depois de anos de guerra civil. Em virtude da função que tinham de tranquilizar as coisas depois da guerra, eles provavelmente eram mais ricos e vistos mais honrosamente do que em épocas anteriores e, por isso, tiveram enterros mais sofisticados.
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