Existe uma teoria segundo a qual os egípcios descenderiam de marcianos que teriam visitado nosso planeta em época remotíssima. Em 1848 arqueólogos descobriram estranhos hieróglifos a cerca de 10 metros de altura, bem acima da entrada do templo de Seti I (c. 1306 a 1290 a.C.) em Abido. Os sinais intrigaram os pesquisadores. A única coisa que se podia dizer de imediato era que haviam sido descobertas imagens de mecanismos estranhos, os quais ninguém jamais havia visto antes. |
Até hoje ainda não se sabe exatamente o que o artista egípcio pretendeu representar naquelas paredes. A maioria dos egiptólogos concluiu que existem apenas quatro objetos estranhos desenhados em diferentes variações. Não conseguindo entender que objetos eram aqueles, os pesquisadores do século XIX abandonaram o assunto. A primeira ilustração mostra os hieróglifos tal qual aparecem no templo, a outra foi retocada para destacar o que seriam as misteriosas máquinas voadoras. |
Cerca de 150 anos mais tarde, um renomado jornal árabe publicou fotos sensacionais de relevos de um templo erguido por Seti I em Karnak. Nelas surgem o que parece ser um helicóptero de batalha no qual se pode distinguir claramente um rotor e uma cauda. O artista egípcio também representou várias outras aeronaves incrivelmente parecidas com os atuais caças supersônicos e os pesados aviões bombardeiros. Quando as fotos foram publicadas, ficou claro que os egiptólogos que haviam estudado os relevos de Abido não tinham condições de saber do que se tratava, pois jamais tinham visto aviões e helicópteros. O pesquisador Alan Alford estudou os misteriosos hieróglifos de Abido e ficou convencido de que os egípcios haviam desenhado um helicóptero como se tivessem um modelo real à sua frente. Os céticos lembraram que um dos nomes do faraó Seti I era abelha e defenderam a tese de que os desenhos eram na realidade uma tentativa de desenhar uma abelha. Por sua vez, o mundialmente famoso ufólogo Richard Hogland declarou que os desenhos vinham provar sua teoria de que os egípcios descendiam dos marcianos, os quais haviam visitado nosso planeta em priscas eras. O motivo da escolha do Egito como local de pouso teria sido a incrível semelhança entre a paisagem egípcia e a marciana. Não foi possível, entretanto, explicar a presença de um submarino desenhado com riqueza de detalhes perto do helicóptero nas paredes do templo de Abido. Não havendo mares em Marte, o desenho do submarino não poderia ter sido feito por descendentes de marcianos como Hogland chamou os egípcios, já que eles não teriam noção de como seria um submarino. No final do século XX, muitos investigadores do planeta vermelho apoiaram ativamente a teoria de Hogland. Uma época de alta tecnologia teria existido antes da civilização egípcia. Os egípcios tentaram registrar momentos daquele antigo período, agora esquecido, em um templo construido milhares de anos depois do desaparecimento misterioso de seus antecessores. Defensores destas teses acreditam que fracassos em pousar em Marte ocorridos com veículos espaciais interplanetários estão intimamente ligados com os misteriosos hieróglifos descobertos nas paredes dos templos antigos. Milhões de anos atrás teria sido criado um escudo anti-míssil sem igual ao redor daquele planeta para proteção contra curiosos e convidados não desejados e agressivos. Com relação aos veículos que pousaram em Marte e tiraram fotos revelando que não há qualquer civilização no planeta, eles afirmam que só poderemos ver o que os marcianos quiserem e nos deixarem saber sobre eles. O egiptólogo Bruce Rowles apresenta outra hipótese sobre a origem dos hieróglifos estranhos. Segundo ele, não houve qualquer expedição interplanetária para a Terra nos tempos antigos. Ele supõe que os sacerdotes egípcios conheciam muitos dos segredos da natureza. Eles teriam conseguido criar as primeiras baterias e gerado eletricidade. Rowles ainda supõe que eles podiam ver o futuro e, muito provavelmente, nele enxergar helicópteros de guerra, aeronaves e submarinos. A polêmica prossegue hoje em dia. Enquanto alguns acreditam que os egípcios sabiam voar, mas acabaram perdendo tal conhecimento, outros acham que enxergar aeronaves nos relevos é pura imaginação. Um historiador chamado William Deutch afirmou que Tutankhamon (c. 1333 a 1323 a.C.) morreu em um desastre de avião. Ele também afirma que os antigos egípcios podiam alcançar as nuvens em balões inflados com ar quente e com planadores primitivos. Tais vôos só estavam disponíveis para a família real e a nobreza. Aquele faraó e muitos membros da realeza teriam morrido com as pernas quebradas e numerosos ferimentos em trágicos acidentes aéreos. O pesquisador acredita que os estranhos objetos desenhados são, na realidade, as primeiras máquinas voadoras. Ele chegou a construir muitos modelos de tais aeronaves e descobriu que algumas podiam planar. Agora vejamos o que os egiptólogos afirmam. Os relevos são resultado tanto da erosão da superfície da pedra, que é evidente em outros locais do templo, quanto do processo de preencher e re-esculpir a pedra para substituir alguns dos hieróglífos originais. O termo técnico para um material de escrita que foi usado mais de uma vez é palimpsesto. A usurpação e modificação de inscrições foram comuns no Egito antigo ao longo de toda a sua história. A inscrição em Abido foi modificada pelo menos uma vez na antiguidade, e talvez duas vezes. Uma parte da escrita caiu em lugares onde havia sobreposição da inscrição mais antiga com a mais nova e o resultado foi bastante estranho. O texto faz parte da titulatura de Ramsés II (c. 1290 a 1224 a.C.) e está substituindo a titulatura de Seti I (c.1306 a 1290 a.C.), a qual estava anteriormente gravada na rocha. O helicóptero é resultado da superposição de dois hieróglifos que perderam, ambos, parte de seus relevos. Argumentam ainda os egiptólogos que caso os antigos egípcios tivessem veículos como helicópteros, submarinos e aviões a jato, seria de se esperar que houvesse alguma outra evidência disto e não apenas uma única inscrição no lintel de um único templo. Este tipo de máquina requer apoio logístico, o que inclui combustíveis, peças, fábricas, etc., mas nenhum sinal existe de tais coisas em todo o antigo Egito. A literatura egípcia nem de longe cita aeronaves avançadas. Jiri Mruzek, matemático canadense que estudou esse assunto, é cético com relação ao que dizem os egiptólogos. Convencido de que análises geométricas podem, às vezes, revelar os segredos da arte, ele fez várias medições geométricas do leiaute da cena. A conclusão a que chegou foi a de que as proporções dos desenhos entre si foram perfeitamente estabelecidas de antemão e não indicam que eles tenham sido retocados ou substituídos. Além de não ser caótica, a cena é uma criação deliberada. Ele explica que, conforme se pode observar na foto ao lado, os hieróglifos parecem estar gravados em uma laje de pedra não muito grossa, a qual se soprepõe à rocha sólida da parede do templo. Ora, sendo os egípcios excelentes artífices em pedra, não teria sido melhor para eles retirar a laje antiga e substituir por uma nova? Se o objetivo fosse o de se livrar da velha escrita e não correr riscos com relação ao futuro da escrita nova, a técnica de usar outra placa de pedra calcária teria sido muito mais eficiente com relação a essa meta. Se a inscrição era importante, porque sobrepô-la na forma de um remendo com massa gessada? Seria difícil de combinar a massa exatamente com a textura e a cor da pedra. Sempre haveria algumas sombras da escrita velha misturadas com a nova. A massa reage às mudanças de umidade e temperatura de maneira diferente da pedra sólida. Ficaria solta muito rapidamente em sua cama rasa. O trabalho no templo ainda estava em desenvolvimento no tempo de Ramses II e, portanto, havia materiais e artesãos disponíveis no local para fazer um bom trabalho, sem necessidade de apelarem para o palimpsesto. Outra opção que estava disponível era a de raspar totalmente a escrita antiga. Usar pedra arenosa para raspar a antiga inscrição, ao invés de gesso para cobri-la, seria a única solução permanente e os egípcios sabiam disto. Essa técnica foi empregada em todo o templo, menos nessa inscrição, o que se torna dificil de crer. Essa civilização de artesãos havia polido 22 acres de pedra calcária duríssima, com enorme precisão, em espaço de tempo de apenas alguns anos para revestir a grande pirâmide. Aqui nós temos uma mensagem extremamente importante sobre uma vitória do pai do faraó, e seu filho a está usurpando para si. Por que ele o fez de uma maneira inferior e a mais econômica possível, usando gesso por cima de uns poucos centímetros quadrados de pedra que poderiam ter sido facilmente raspados antes? Se necessário, os artífices poderiam ter gravado a mensagem em granito e não apenas em pedra calcária. Além disso, este é o único local do templo onde existe um trabalho de natureza inferior. No restante do recinto o trabalho é de qualidade excelente. Todo o templo em Abido é um edifício notável, especialmente no que se refere à qualidade das inscrições. Elas são todas muito precisas e não há rastros de artesanato malfeito em qualquer lugar no templo, exceto quanto à inscrição sobre a qual estamos falando. Corrigi-la de forma grosseira seria uma atitude aparentemente sem sentido. |
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