Descobertas Arqueológicas |
Em 2002 uma equipe hispano-egípcia de arqueólogos iniciou escavações na tumba de Djehuty que foi Supervisor do Tesouro e Supervisor dos Trabalhos da rainha Hatshepsut (c. 1473 a 1458 a.C.), ou seja, seu Ministro da Fazenda e de Obras Públicas. De 2003 a 2006 os trabalhos arqueológicos prosseguiram. Entre 17 de janeiro e 25 de fevereiro de 2006, tempo que durou essa campanha, foram encontrados numerosos objetos que formavam parte de enxovais funerários de diferentes períodos, da XVII dinastia (c. 1640 a 1550 a.C.) em diante, dispersos pela área e em delicado estado de conservação. Ao longo das cinco campanhas levadas a cabo foram achados 1200 fragmentos de inscrições e cenas em relevo. Dentre eles cerca de 900 pertencem a diversas paredes do interior da tumba de Djehuty e estão pintados em amarelo, azul ou vermelho. Nesta campanha de 2006 foi possível medir algumas dimensões. A fachada do túmulo tem sete metros e 60 centímetros, mas a largura da entrada do pátio se reduz ligeiramente para seis metros e 36 centímetros. A profundidade do pátio é excepcionalmente grande, alcançando 34 metros. Nenhum pátio daquela época alcança tal profundidade. Os dois pilones da entrada do pátio foram construídos só com adobes e apenas restaram deles 68 centímetros de altura. É provável que não tenham sido muito altos, pois não há muitos escombros ao seu redor. Cada um deles mede 85 centímetros de profundidade e um metro e 80 centímetros de largura, deixando livre uma entrada para o pátio com dois metros e 70 centímetros de extensão. Parece que o pátio estava ligeiramente elevado com relação à rua, pois para alcançá-lo era necessário vencer um degrau. O solo do pátio foi talhado com esmero na rocha da colina. Um pequeno papiro encontrado entre os adobes caídos no pátio da tumba foi desdobrado. Foi comprovado tratar-se de um papiro do ano 1000 a.C., aproximadamente, com um breve texto de caráter mágico acompanhado de uma sucessão de divindades sentadas e a representação de um crocodilo. Esse tipo de papiros mágicos eram dobrados repetidas vezes e achatados para serem introduzidos dentro de um pequeno estojo de couro, o qual era pendurado no pescoço como amuleto de proteção. Corpos mumificados, tanto humanos quanto de animais, principalmente aves, foram encontrados. Entre os restos humanos destaca-se o corpo de uma menina de cerca de quatro anos de idade, delicadamente mumificado, provavelmente da XXI dinastia (c. 1070 a 945 a.C.). Nessa campanha, finalmente, começou a ser explorado o interior do túmulo. Os relevos que decoram as paredes, de grande qualidade artística, estão muito bem conservados. As cenas representam vários rituais funerários.
|
Home page |