Descobertas Arqueológicas |
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Além da área de alojamento, também foram descobertas evidências da existência de uma cidade de trabalhadores totalmente separada e completa, com pátios, ambientes de trabalho, e casas. A interpretação dada pelos arqueólogos é a de que na cidade moravam os trabalhadores qualificados: artesãos, os que extraiam ou esculpiam pedras, supervisores e funcionários. A descoberta da área citadina reforça a teoria que os egípcios utilizaram tanto trabalho qualificado permanente, quanto mão-de-obra temporária para completar o grandioso projeto de construção. Um grupo de silos construídos com tijolos de lama cercam um pátio retangular. Situados dentro de uma estrutura real destinada a armazenamento e administração do complexo, eles provavelmente armazenaram enormes quantidades de grãos usados para fazer pão. O local onde tais pães eram preparados também foi encontrado. Essa foi a "padaria" mais antiga escavada no Egito. Ali havia um conjunto de recipientes para o preparo de pão, facilmente reconhecíveis pelas cenas dos túmulos que documentam o processo de panificação. A análise dos resíduos revelou que os padeiros egípcios usavam como matéria-prima a cevada e uma espécie de trigo quase sem glúten na elaboração de seus pães. Um recinto adjacente se revelou ser uma sala hipostila, ou seja, dotada de colunas, a mais antiga desse tipo já descoberta no Egito, cheia de bancos baixos. Especula-se que talvez tenha sido um refeitório, mas seu propósito verdadeiro ainda é um mistério. Os arqueólogos desenterraram um edifício muito grande com paredes duplas e triplas. Dentro dele há muitos aposentos, evidência de trabalhos com cobre, com tecidos e o grande pátio onde estão os silos destruídos. Poderia ter sido um palácio, a residência de uma pessoa importante do local, ou algum tipo de edifício administrativo. Centenas de selos que datam do tempo de Kéfren (c. 2520 a 2494 a.C.) e de Miquerinos (c. 2490 a 2472 a.C.) foram encontrados. O arqueólogo americano Mark Lehner, chefe da equipe que realizou essas descobertas, acredita que a cidade foi arrasada intencionalmente e a erosão e a areia completaram a destruição. Hoje, por toda a área, as ruínas atingem, no máximo, a altura da cintura de um homem. A superfície total da cidade abrange cinco hectares e toda ela foi mapeada. Até o final de 2003 já havia sido escavado 10% desse total, ou seja, 5000 m², e acumulada a maior coletânea de objetos dentre todas as escavações já realizadas no Egito. Para ler sobre o prosseguimento desta descoberta, clique aqui. A foto que ilustra o alto desta página, tirada por Mark Lehner, mostra em primeiro plano os restos das paredes da antiga cidade, que parece ter crescido organicamente com o passar do tempo, e na qual devem ter morado os trabalhadores permanentes. Além das tendas dos escavadores vemos as galerias, as quais devem ter abrigado a mão-de-obra rotativa de vários milhares de pessoas. Ao longe, vê-se o paredão, ainda em parte enterrado na areia e, além dele, as calçadas que conduzem às pirâmides de Kéops, à direita, e Kéfren. |
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