Depois de escanearem a múmia de Tutankhamon, os cientistas se debruçaram sobre as imagens recolhidas. Uma das hipóteses levantadas foi a de que o faraó morreu em decorrência de uma infecção causada por um ferimento no joelho esquerdo. Pelo menos foi a conclusão a que chegaram dois dos pesquisadores que fizeram parte da equipe oficial que analisou os dados. O exame tridimensional das imagens revelou que tanto a rótula quanto o pé esquerdo do rapaz estavam quebrados. A rótula sofreu uma torção violenta, a injúria provavelmente causou a ruptura de um vaso sanguineo importante e a ferida ficou aberta, em contato com o ar, sujeita à infecção. Esse tipo de traumatismo é comum em jóqueis e outras pessoas que cavalgam e, sem antibióticos ou cirurgia, pode levar à morte por infecção do sangue em poucos dias. Pode ter sido, portanto, um acidente esportivo.
O líquido do embalsamamento entrou entre os espaços da fratura do joelho, um sinal claro de que o corpo foi mumificado quando as feridas ainda estavam abertas. O que se acredita é que Tutankhamon tenha sofrido um ferimento, provavelmente causado por uma espada, tão violento que o impacto resultante alojou fragmentos de ouro da decoração da arma, ou da roupa, no joelho. Logo a seguir teve início a infecção, matando-o com apenas 19 anos de idade. Ainda assim, continuamos no campo das especulações: não se pode afirmar com certeza como a fratura ocorreu e, provavelmente, jamais alguém será capaz de dar uma resposta definitiva. Com a mumificação os tecidos sofreram alterações e não ficou qualquer evidência clara de infecção óssea. É possível, ainda que pouco provável, que a ruptura tenha sido causada pelos embalsamadores.
Quanto ao fragmento de osso encontrado solto dentro da cabeça do faraó, acredita-se que tenha vindo da primeira vértebra do pescoço e não do crânio. Pode ter se deslocado quando Carter e sua equipe tentaram retirar a máscara de ouro do rosto da múmia. Parece claro aos cientistas que o fato não ocorreu antes da morte. O exame da múmia revelou que Tutankhamon gozava de boa saúde, nada foi encontrado que pudesse afetar os ossos, fora a fratura, e nenhuma infecção dentária foi detectada. Finalmente, a morte por causas naturais como um ataque do coração, um acidente vascular cerebral, ou qualquer outro tipo de doença endêmica do Egito podem ter causado o falecimento do faraó.
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