Rudj-ka foi um dos sacerdotes da V dinastia (c. 2465 a 2323 a.C.) responsável pelo culto mortuário do faraó Kéfren (c. 2520 a 2494 a.C.), da dinastia anterior. Ele parece ter sido o encarregado de supervisionar os rituais de purificação executados em respeito ao faraó morto. Na V e na VI dinastias os sacerdotes não faziam parte da alta sociedade. Eles poderiam ser pessoas comuns e até mesmo operários eram escolhidos para serem sacerdotes. Sua elaborada tumba foi encontrada perto das pirâmides de Gizé em outubro de 2010. A entrada para o túmulo conduz a um labirinto de corredores construído com blocos de pedra calcária. O interior do complexo funerário está cortado em uma escarpa e tinha por objetivo acomodar os funerais de todos os membros da família do sacerdote. Foi uma tumba cara e difícil de ser construída, mas Rudj-Ka com certeza tinha meios de mandar fazê-la, pois os sacerdotes ficaram frequentemente ricos depois de receberem seus títulos. Em troca de seus serviços, tinham direito a parte dos bens doados aos templos, dentro de um sistema conhecido como "reversão de oferendas". Parcialmente escavada na rocha, a tumba apresenta uma pintura do sacerdote e sua esposa diante de uma mesa de oferendas que contém pão, ganso e carne de gado. Além disso, há cenas bucólicas de gado pastando e sendo ordenhado e também a imagem de uma vaca dando à luz o seu bezerro. Outra pintura na tumba mostra Rudj-Ka pescando no Nilo, com barqueiros ao fundo. Isso não significa que ele fosse um pescador. As pinturas são simbólicas e nenhuma delas indica exatamente o que ele fazia antes de se tornar um sacerdote mortuário. A tumba pode fazer parte de um cemitério bem maior ainda a ser descoberto ao redor de Gizé.
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