O nome Ta-Irty-Bai gravado no ataúde desta múmia significa Os Dois Olhos de Minha Alma. Em outubro de 2004 ela passou por uma tomografia computadorizada que revelou tratar-se de uma mulher que tinha entre 35 a 43 anos de idade quando morreu, o que está dentro da média da espectativa de vida no antigo Egito. Uma análise de carbono 14 de um pequeno pedaço de linho da bandagem mostrou que deve ter falecido entre 320 e 240 a.C. O braço direito da múmia apresenta uma fratura que foi curada em vida, o mesmo ocorrendo com uma fratura oblíqua no fêmur direito. Esta última parece ter sido tratada de forma incorreta, o que fez com que a perna direita ficasse mais curta e, possivelmente, resultasse numa moderada escoriose visível na espinha da egípcia.
A tomografia revelou que todo o cérebro foi retirado pela narina direita e que dentro da cavidade abdominal há quatro pacotes feitos de linho que contêm os órgãos internos preservados da múmia. Revelou ainda que Ta-Irty-bai perdeu parte dos dentes quando ainda em vida. Embora os dentes da arcada inferior pareçam estar completos, apenas com sinais de uso, há vários dentes que se perderam na arcada superior. Ali cinco dentes anteriores estão presentes, juntamente com os terceiros molares em ambos os lados. O primeiro e o segundo molares em ambos os lados cairam, assim como ambos os premolares em ambos os lados e um dos dentes caninos.
O corpo foi desenterrado da necrópole de Akhmin, cidade localizada a 466 km ao sul do Cairo chamada de Ipu pelos antigos egípcios e de Khemmis ou Panópolis pelos gregos. Como centro religioso que era, Akhmin foi residência de importantes famílias egípcias das quais se originavam os sacerdotes e sacerdotisas que trabalhavam nos diversos templos. É provável que Ta-Irty-Bai tenha pertencido a este grupo social. A múmia foi vendida na aldeia próxima de Asyut para o missionário presbiteriano John R. Alexander que teria adquirido quatro múmias por oito dólares cada uma. Em 1885 a múmia foi doada pelo proprietário para um colégio de Wooster, cidade situada no Estado de Ohio nos Estados Unidos. O museu de história natural do colégio onde o corpo estava em exposição foi totalmente destruído pelo fogo em 1901, mas a múmia e o ataúde escaparam.
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