Os egípcios gostavam imensamente de cultivar jardins. Seja na cidade ou no campo, os proprietários empenhavam-se em possuir uma área bem cuidada onde produziam frutas e legumes. A horta era dividida em áreas quadrangulares. Regos que se cortavam perpendicularmente separavam os quadrados. Até o Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.) tais regos eram enchidos por meio de jarras redondas de cerâmica, o que significava um considerável trabalho. A invenção do shaduf representou extraordinário progresso. Pierre Montet assim descreve o artefato: Cravava-se na terra, à beira da água, um grosso pilar vertical mais ou menos duas vezes mais alto do que um homem. Uma árvore em forcado podia servir também, se se encontrasse em bom sítio. Instalavam nesse tronco uma vara comprida de modo a que pudesse oscilar nos dois sentidos. Na extremidade mais grossa da vara estava encavada uma grande pedra. Um recipiente de tela, ou de cerâmica, encontrava-se suspenso da extremidade mais fina por uma corda. O homem fazia descer a corda para encher o recipiente e depois erguia-o, despejava-o num rego e recomeçava. Sabe-se de casos de jardins nos quais até quatro shadufs funcionavam ao mesmo tempo. Tais máquinas primitivas tinham bom rendimento, tanto é assim que foram empregadas sempre, inclusive nos dias atuais. Ao que parece, no Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.) seu uso era reservado à irrigação dos jardins e não para os trabalhos nos campos. A ilustração acima é uma aquarela feita a partir de uma pintura mural, hoje destruída, de um túmulo em Tebas. À esquerda vê-se a casa do proprietário, com degraus dando acesso ao pórtico. |