Uma pedra de granito cinza datada de 238 a.C. com a mesma inscrição grafada em três idiomas, a exemplo do que aconteceu com a famosa pedra de Roseta, foi encontrada no Egito na região do delta do Nilo. A peça, que é o fragmento de uma estela, mede 99 centímetros de altura, 84 de largura e 65 de profundidade. Sua descoberta foi feita em abril de 2004 por uma equipe mista de arqueólogos alemães e egípcios que escavavam nas ruínas da cidade de Bubastis, cerca de 90 quilômetros a nordeste do Cairo. A localidade foi um importante centro político e religioso e capital do Egito no oitavo século antes de Cristo. Sendo da época dos Ptolomeus, a peça contém um decreto real inscrito em grego antigo, demótico e hieróglifos. O texto é formado por 67 linhas em grego, 24 em demótico, além dos hieróglifos, e estabelece uma reforma no calendário egípcio, a qual, entretanto, só entrou em vigor 250 anos depois, e enaltece os feitos de Ptolomeu III Euergetes I (246 a 221 a.C.), o avô do soberano que mandou gravar o texto da Pedra de Roseta, ou seja, Ptolomeu V Epifânio (205 a 180 a.C.). O rei é louvado, entre outras ações, por importar grãos da Síria, Fenícia e Chipre, aliviando a escassez daquele período. As escavações estavam sendo feitas em um templo que foi provavelmente destruído por um terremoto.
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