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ROSTO DE NEKHT-ANKH A tumba de Nekht-Ankh foi descoberta em 1907 em Deir Rifeh, aldeia do Médio Egito, pelo famoso arqueólogo Flinders Petrie. Dentro dela estava a múmia do proprietário, a qual hoje em dia pertence ao Museu de Manchester, cidade do Reino Unido. Esse túmulo foi o mais bem preservado de um indivíduo não pertencente à realeza que já foi encontrado naquela área. Nekht-Ankh viveu no decorrer da XII dinastia (c. 1991 a 1783 a.C.), provavelmente antes do reinado de Sesóstris III (1878 a 1841?). As inscrições revelam que era filho de um prefeito local não identificado e que a mãe se chamava Khnum-Aa e era herdeira de uma propriedade fundiária.




ATAÚDE DE NEKHT-ANKH Em 1908, diante de uma audiência qualificada, a múmia foi desenrolada por uma equipe multidisciplinar. Foi um desenvolvimento importante na investigação científica da época. Os especialistas nos campos da anatomia, química e têxteis realizaram, posteriormente, uma investigação em grande escala da múmia. Sabe-se que a mumificação da época em que Nekht-Ankh viveu era menos cuidadosa do que a realizada em corpos de épocas anteriores. Os órgãos internos eram removidos, mas menos atenção era dada à preservação do corpo. Geralmente era aplicada uma fina camada de resina na superfície da pele e isso deixava a secagem do corpo incompleta, de modo que a decomposição se instalava. Embora houvesse grande cuidado com a aparência externa das múmias, interiormente havia apenas uma confusão de ossos com pouca ou nenhuma evidência de tecido mole. Acima o caixão de madeira que continha o corpo.

VASOS CANOPOS DE NEKHT-ANKH A múmia de Nekht-Ankh é um bom exemplo do baixo padrão de preservação alcançado no período. Seus restos estavam bastante úmidos e a maioria das ataduras estava molhada. O corpo já havia se desfeito em pedaços até mesmo antes de ser desembrulhado, mas os ossos estavam intactos e em posição. Até mesmo algum cabelo grisalho curto permaneceu e os embalsamadores haviam enrolado com fios as unhas das mãos e dos pés para evitar que se perdessem durante o processo de mumificação. A aparência apresentada pelo esqueleto é sugestiva de tratar-se de um eunuco, com cerca de 60 anos de idade ao falecer. Descobriu-se que ele sofria de inflamação das pleuras, tecidos que revestem os pulmões, e também de uma doença pulmonar causada pela inalação de areia, a qual pode ter sido responsável por sua morte. Foram encontrados quatro vasos canopos, mas só dois tinham conteúdo. Um abrigava o fígado com a vesícula biliar anexada e o outro, tecido pulmonar ao qual aderiu parte da parede do coração. Na foto acima os vasos canopos de Nekht-Ankh.

Na reconstituição da face há uma certa dose especulativa no que diz respeito aos detalhes de certas áreas como nariz, boca e orelhas. O trabalho final resultou numa semelhança marcante com uma pequena estatueta de madeira que foi achada na tumba. Para ver a reconstituição facial de Khnum-Nakht, irmão de Nekht-Ankh, clique aqui.