Descobertas Arqueológicas

NAVIOS FARAONICOS



CORDA E BOLSA Madeirame e cordame de navios marítmos faraônicos foram encontrados em duas grutas artificiais na costa do Mar Vermelho, no Egito, em dezembro de 2004. Foi a primeira vez que se recuperou pedaços deste tipo de embarcação.
A equipe, chefiada pela arqueóloga Kathryn Bard, achou o material bem preservado numa caverna construída com vigas de cedro e blocos de pedra calcária, os quais anteriormente haviam sido âncoras de navio. No interior do recinto existia um sortimento de artigos náuticos, entre os quais cordas, uma tigela de madeira, e uma bolsa de corda. Também foram encontradas duas pranchas curvas de cedro, que provavelmente eram os remos direcionais de um navio de 21 metros de comprimento da famosa expedição naval ordenada pela rainha Hatshepsut (c. 1473 a 1458 a.C.) ao país de Punt, um destino comercial situado em algum lugar na região de Mar Vermelho meridional. Espalhados pela área havia um pedaço de corda atado com o que parece ser um nó de marinheiro e fragmentos de cerâmica que datam o achado do período da XVIII dinastia (c. 1550 a 1070 a.C.). Várias estelas foram encontradas, instaladas em nichos, a maioria em branco, mas uma delas traz inscrito o cartucho de Amenemhet III (c. 1844 a 1797 a.C.). Seu texto fala de duas expedições conduzidas por funcionários do governo ao país de Punt. Até então se desconhecia o fato de que aquele faraó houvesse enviado frotas àquela região. Fragmentos de cerâmica que devem ser originários do Iêmen sugerem que os egípcios velejaram muito além daquilo que se acreditava anteriormente ou, então, fizeram parte de uma teia de comércio mais complexa.

Baseados em textos descobertos há mais de um século, os pesquisadores ficaram sabendo que os egípcios montaram expedições navais para Punt em épocas tão remotas qunto o Império Antigo (c 2575 a 2134 a.C.). Lá eles adquiriam ouro, ébano, marfim de presas de elefantes, peles de leopardos e animais exóticos, tais como os babuínos que eram mantidos como animais de estimação, e, ainda, incenso necessário para rituais religiosos. Velejar para o país de Punt exigia um tremendo investimento de força de trabalho. Os egípcios derrubavam toras de cedro das montanhas do Líbano e as transportavam Nilo acima para um local de construção naval onde os barcos eram montados e, em seguida, desmontados em pedaços adequados para uma viagem de 10 dias por cerca de 160 quilômetros de deserto até a costa. A logística envolvida era fenomenal, pois tinham que levar água fresca e alimentos para a viagem. Na foto acima, de Cinzia Perlingieri, vemos a bolsa de corda e o nó de marinheiro encontrados.




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