Uma descoberta de múmias feita em abril de 2004 foi considerada como algo que acontece apenas duas ou três vezes por século. Foram encontrados mais de 50 corpos, a 25 quilômetros ao sul do Cairo, próximo das pirâmides de Gizé, em Saqqara, a necrópole principal da vizinha cidade de Mênfis. Dois ataúdes, um de madeira com uma múmia em seu interior e outro de pedra, fazem parte do achado. Os arqueólogos dataram a descoberta dos anos que se estenderam do princípio da XXVI dinastia, em 664 a.C., até o fim do Período Ptolomaico, que se encerrou com a morte de Cleópatra VII em 30 a.C. Junto às múmias havia objetos de ouro da categoria daqueles que pertenciam a faraós. Alguns dos corpos encontrados estavam perfeitamente preservados, com suas bandagens de linho em bom estado. Achadas em um labirinto de corredores subterrâneos, as múmias estavam por toda a parte. Ao que tudo indica, tratava-se de um antigo cemitério pertencente a várias famílias. Cada uma delas perfurou um poço com nove metros de profundidade e enterrou nele todos os membros de sua clã. Assim, cada poço pode, talvez, representar uma família daquele período. Parece ainda que, pelo fato do conjunto de corredores ter sido usado por vários séculos, na medida em que ficavam cheios outros iam sendo cavados, ou os caixões iam sendo empilhados. A descoberta foi considerada excepcional pois raramente foi encontrada uma múmia ptolomaica tão bem conservada quanto uma das que foi achada naquele local, enquanto que o ataúde de madeira foi classificado como o melhor preservado do mundo no seu gênero.
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