Ao restaurar a mesquita de Abul Hagag El-Luxory, em setembro de 2007, técnicos descobriram, acidentalmente, uma coleção de pilares do Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.), padieiras e relevos do Templo de Luxor. O material pertence ao reinado do faraó Ramsés II (c. 1290 a 1224 a.C.) e estava dentro das paredes internas da mesquita, construida no pátio aberto daquele templo. Entre os relevos mais importantes encontra-se o que mostra Ramsés II oferecento ao deus Amon-Rá dois obeliscos a serem instalados na fachada principal do templo, um dos quais permanece no local, enquanto que o outro está atualmente na Place de la Concorde, em Paris. Outro relevo mostra três estátuas do faraó usando a coroa branca. O cartucho no centro da figura exibe o nome daquele faraó.
Os relevos descobertos contém representações de seres humanos e de animais, o que é proibido dentro das mesquitas. Os cristãos, e depois os muçulmanos, frequentemente construiram seus santuários em cima de antigos locais sagrados egípcios. Os construtores de ambas as crenças normalmente apagavam ou deformavam a antiga arte dos templos, mas estes relevos encontrados permaneceram virtualmente intatos. Em lugar de destruir os relevos, nesse caso os construtores os esconderam cuidadosamente com uma camada protetora de gesso reforçado. Os peritos disseram que as inscrições esculpidas provêem alguns dos melhores exemplos de escritura criptográfica ou enigmática, uma forma incomum de texto hieroglífico no qual cada sinal poderia representar uma palavra inteira, uma frase, ou um conceito. Os arqueólogos terão que negociar com líderes religiosos locais, os quais encaram o material exposto na mesquita como uma violação da lei islâmica. Uma das soluções seria incluir coberturas retráteis ou telas por cima das inscrições, já que remover completamente as partes antigas provavelmente causaria dano à mesquita.
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