Descobertas Arqueológicas |
A parede de um dique encontrada nas proximidades do Templo de Amon em Karnak foi uma grande surpresa para os arqueólogos em dezembro de 2007. A descoberta indica que o Nilo antigamente corria ao lado do templo. O elaborado santuário do deus Amon-Rá cobre aproximadamente 81 hectares perto da atual cidade de Luxor e situa-se a 200 metros do local onde o rio corre hoje. Os arqueólogos descobriram partes do dique acidentalmente enquanto faziam manutenção rotineira perto da fachada do templo. A parede de arenito mede cerca de 7 metros de altura e 2,5 metros de largura, mas pode ter sido até mais alta na antiguidade. Este é o maior dique jamais construído em qualquer lugar do antigo Egito e é muito importante porque protegeu o templo da inundação anual do Nilo. A descoberta também desafia o pensamento convencional sobre a antiga fachada do templo. As teorias anteriores sobre a fachada e o pátio em frente ao templo estavam baseadas nas representações achadas em tumbas privadas que datam da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.). Um relevo da tumba de Neferhotep, um alto funcionário daquele período, mostra em frente ao templo uma grande piscina retangular ligada ao Nilo por um canal. Arqueólogos haviam descoberto pequenas partes desta parede nos anos 70, mas pensaram tratar-se da parede da parte de trás da piscina. Essa teoria prevaleceu até janeiro de 2007, quando os arqueólogos acharam um pedaço da mesma parede a uma distância de muitos metros, muito longe para fazer parte da referida piscina. Agora os especialistas acreditam que a piscina mostrada em desenhos antigos foi tapada na antiguidade e que o templo foi ampliado sobre ela e extendido até o ponto onde o Nilo fluia há 3000 anos atrás. E isto significa que o rio alcançava Karnak no tempo dos faraós. Esta nova teoria encontrou apoio em testes do sedimento da base da parede do dique. Eles mostraram níveis alternados de lodo e areia, sugerindo que água corrente já fluiu por ali antigamente. Baseados em cartuchos e outros escritos achadas na parede, os peritos acreditam que a construção começou na XXII dinastia (c. 945 a 712 a.C.) e foi completada nos meados do quarto século a.C. Ao escavar o dique, os arqueólogos também descobriram duas piscinas cerimoniais públicas, uma das quais vemos na foto ao lado, uma rampa de entrada privativa de um faraó, a qual vemos na foto do alto da página, e um jarro com mais de 300 moedas, as quais datam da era dos reis macedônios no Egito, entre o primeiro e o quarto séculos a.C. Uma das gigantestas piscinas circulares revelou um intrincado mosaico de azulejo no chão e assentos para 16 pessoas. As piscinas podem ter servido como locais de purificação, onde os visitantes poderiam se lavar antes de entrarem no complexo do templo. Outros peritos suspeitam que elas podem ser os primeiros sinais de uma área residencial muito maior que ainda tem que ser explorada. As moedas de bronze apresentam as efígies dos reis Ptolomeu I (304 a 284 a.C.), Ptolomeu II (285 a 246 a.C.) e Ptolomeu III (246 a 221 a.C.). Os arqueólogos também escavaram uma rampa gigantesca que conduz até o complexo do templo e que registra o nome do faraó Taharqa (c. 690 a 664 a.C.). A rampa provavelmente serviu como a área de desembarque pessoal do rei, estendendo-se diretamente até o Nilo para permitir que o faraó se transferirisse diretamente do seu barco para o templo. Isto aumenta a espectativa de que partes de antigos barcos também possam estar enterrados no antigo leito fluvial, inclusive pedaços das gigantescas barcaças cerimoniais conhecidas para terem carregado imagens dos deuses durante as procissões religiosas.
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