Descobertas Arqueológicas

FORTALEZAS NO SINAI




FORTALEZA NO SINAI Arqueólogos Canadenses descobriram, no final de 2004, uma fortaleza datada de cerca de 2250 a.C., situada no deserto do Sinai, na localidade de Ras Budran, próximo à costa do Mar Vermelho. Com cerca de 4200 anos de idade, as paredes da construção têm sete metros de espessura, apresentam uma forma circular pouco usual, com diâmetro de 44 metros e são feitas de pequenos blocos de pedra calcária e não de adobe, como era mais comum. Essa fortaleza, da qual temos uma visão parcial na foto ao lado, deve ter sido um bom ponto de referência para quem estivesse viajando naquela zona na antiguidade. Na época da construção os egípcios estavam em pé de guerra com os ancestrais dos atuais beduínos, que habitavam o Sinai, mas o forte parece ter sido ocupado por apenas um ano e depois abandonado. Era o início do colapso que atingiria o país e que ficou conhecido como Primeiro Período Intermediário (c. 2134 a 2040 a.C.).

A oeste existe um bastião de quatro metros de largura ao lado da passagem de entrada, a qual é bloqueada em sua parte superior. O bastião está preservado até a altura de dois metros e 80 centímetros junto ao portal e se estende por 11 metros na direção do poente. Uma escada situada quatro metros ao sul da entrada permite acesso às ameias e ao bastião ocidental. O lado externo das paredes de circunvalação do forte apresenta camadas de pedras colocadas em degraus, criando um íngreme declive. No lado interno tais paredes devem ter sofrido instabilidade, provavelmente em função da má qualidade da pedra utilizada, e uma outra parede escalonada de reforço foi erguida. Ao escavarem o pátio interno do forte os arqueólogos não encontraram estruturas nele, mas apenas profundos buracos que parecem ter sido destinados à fixação de postes os quais, provavelmente, sustentavam uma espécie de toldo de cobertura parcial da área aberta. Lajes manchadas de fuligem indicavam a existência de um antigo forno para preparo de alimentos. Algumas vasilhas de cerâmica usadas como panelas, também enegrecidas pela fuligem nas beiradas, foram encontradas. Outros indícios sugerem que tais vasilhas eram fabricadas no próprio forte ou em suas proximidades. Um jarro pequeno, travessas, vários moldes para fabricação de pão, fragmentos de grandes jarros de armazenamento e martelos feitos com basalto, bem como uma bigorna desse material foram outros dos itens descobertos. A bigorna apresenta marcas em sua superfície que indicam ter sido usada, provavelmente, como uma superfície de trabalho com turquesa e minérios de cobre.

Esse forte se constitue em uma das mais antigas e maiores estruturas de pedra construídas fora das fronteiras egípcias antes do Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.). Sua construção, ocupação e aparente abandono revela o desassossego político retratado durante a V (c. 2465 a 2323 a.C.) e início da VI dinastia (c. 2323 a 2150 a.C.) através de fontes textuais e pictóricas. Elas mencionam múltiplas campanhas egípcias contra os “moradores da areia” e colonias asiáticas, além de massacres de expedições egípcias por parte dos estrangeiros. A reocupação do forte parece ter acontecido nas últimas décadas da VI dinastia e talvez isto reflita os esforços finais dos faraós do Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.) para garantir a obtenção de cobre e turquesa no sul do Sinai, antes que os beduínos recuperassem o controle desta região de fronteira remota durante o Primeiro Período Intermediário.




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