Em abril de 2009 foi noticiada a descoberta no Sinai de quatro templos em uma rota que as expedições militares egípcias usavam para defender as fronteiras orientais do país. Os templos, ornados com desenhos coloridos de deidades egípcias, foram datados da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.) e da XIX dinastia (c. 1307 a 1196 a.C.). Eles são os maiores templos de adobe daquela região, verdadeiras fortificações, situados a leste do Canal de Suez. Inscrições dos faraós Tutmósis II (c. 1492 a 1479 a.C.) e Ramsés II (c. 1290 a 1224 a.C.) enfeitam suas paredes. No maior deles, situado dentro de um forte que tinha 15 torres defensivas, um dos relevos mostra Ramsés II fazendo oferendas ao deus Geb. As escavações em Tell Dafna revelaram as fundações de uma cidadela militar. A fortaleza abrange uma área de 380 por 625 metros sendo que os muros têm 13 metros de largura. Tell Dafna era um posto estratégico na defesa contra os inimigos do Egito. Ramsés II escolheu aquela localidade para erguer uma fortificação. Psamético I (664 a 610 a.C), o primeiro faraó da XXVI dinastia (664 a 525 a.C.), estabeleceu no local uma guarnição de mercenários estrangeiros para defender dos invasores as fronteiras leste do país. As fundações descobertas pelos arqueólogos parecem pertencer a este período.
O local foi escavado pela primeira vez pelo egiptólogo inglês Flinders Petrie em 1886 e acabou sendo novamente engolido pela areia. Desta vez foi encontrado um número enorme de recipientes de cerâmica, bem como tampas de cerâmica de fabricação local e importadas de outras localidades. Também foram descobertas uma laje branca inscrita com texto demótico, algumas ânforas decoradas com as cores vermelha e preta, um conjunto de pedras usado por moer sementes, um amuleto e partes de panelas de alabastro. Tais achados refletem a ampla atividade de comércio entre o Egito antigo, o Oriente Próximo e a Grécia. Além disso, muitas pontas de flecha de bronze emergiram da areia do deserto (detalhe na foto acima), reforçando a idéia de que o local serviu a um propósito militar. Os arqueólogos também descobriram redes de drenagem para água da chuva. Eram feitas com túneis de cerâmica que terminavam em um conjunto de recipientes do mesmo material enterrados verticalmente na areia a uma profundidade de cerca de três metros. A equipe achou um grande templo de adobe formado por três salões com várias câmaras de armazenamento construídas nos seus lados leste e oeste. Finalmente, um pequeno palácio de adobe composto de oito ambientes também foi descoberto a nordeste do templo e suas fundações podem ser vistas na foto do alto desta página.
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