Em junho de 2008 foi descoberto em Tell Edfu um grande edifício administrativo e sete silos para grãos. O local era uma capital de província no Alto Egito. Os silos redondos, parcialmente preservados, parecem ser os maiores depósitos de cereais conhecidos do antigo Egito. O edifício central, visto parcialmente na foto ao lado, tem pelo menos 16 colunas. Os silos estão perto de ruínas de um templo de cerca de 300 a.C., o Templo de Edfu, uma das grandes obras bem preservadas do Egito antigo. Parte dos grãos eram ali depositados pelos agricultores à guisa de pagamento de impostos. Sobre os silos existiam recipientes de armazenamento retangulares que continham cinzas para proteger os cereais contra as pragas. O sítio arqueológico está localizado a meio caminho entre as modernas cidades de Asuão e Luxor (a antiga Tebas) e parece ter sido ocupado desde os primórdios da civilização egípcia, há 5000 anos atrás, até o início do período islâmico no primeiro milênio depois de Cristo. Durante muito tempo no decorrer da história do Egito antigo o poder central esteve baseado em Tebas e a cidade de Edfu era um importante centro regional que mantinha estreitos laços com Tebas.
As escavações, que haviam sido iniciadas em 2005 e das quais vemos um aspecto geral na foto ao lado, expuseram inicialmente um grande pátio cercado por paredes de adobe. Sob este pátio é que foram descobertas os alicerces dos primeiros três dos sete silos, os quais foram datados da XVII dinastia (c. 1640 a 1550 a.C.). Eles estavam, provavelmente, destinados ao armazenamento de cevada e trigo, cereais que eram usados para alimentação e como meio de troca. Foram construídos de tijolos de lama, com diâmetros de cinco a sete metros. Se a altura deles fosse maior do que o diâmetro, como acontecia habitualmente, alcançavam cerca de oito metros de altura. Nenhum silo desta envergadura havia sido encontrado até então. De 2006 a 2008 as escavações prosseguiram revelando as bases das colunas e as salões daquilo que os arqueólogos pensam ser o centro administrativo da aldeia. A planta do edifício sugere que possa ter feito parte do palácio do governador e os artefatos indicam que ele foi o coração econômico de aldeia. Selos para marcações usados para idenfiticar diferentes artigos mostram que o prédio existia na XIII dinastia (c. 1783 a 1640 a.C.). Alguns lacres mostraram padrões ornamentais de espirais e símbolos hieroglíficos que pertencem a altos funcionários diferentes. Existem evidências de que as atividades no edifício estavam relacionadas ao recolhimento de impostos, aos registros contábeis, à guarda de documentos e à abertura e marcação de caixas e jarros cerâmicos no curso de transações comerciais.
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