![]() ![]() Ao invés de bois, os egípcios empregavam vacas no trabalho de puxar a charrua. Os bois eram reservados à tarefa de transportar grandes blocos de pedra e também serviam ao transporte dos sarcófagos nos enterros. Os camponeses trabalhavam em duplas. O trabalho mais fatigante — nos conta o mesmo autor — era o do homem que segurava a rabiça. À partida, de busto direito, uma só mão na rabiça, o condutor fazia estalar o chicote. Assim que os animais se punham em movimento, o homem dobrava o corpo, as duas mãos sobre a rabiça, e fazia peso com todas as forças sobre a charrua. O seu companheiro não tinha mais do que guiar a charrua mas, em lugar de ir à frente, recuando, caminhava a seu lado e no mesmo sentido. Algumas vezes este companheiro é uma criança, nua, os anéis de cabelo cobrindo a face do lado direito, que transporta um cesto pequenino. Não era considerado capaz de manejar um chicote ou uma vara. Para se fazer obedecer, só dispõe dos seus gritos. Algumas vezes é a mulher do trabalhador que espalha a semente. Eram longas jornadas de trabalho e não sem incidentes, como a queda de uma vaca ou a quebra de uma rabiça. De quando em quando os trabalhadores deixavam descansar os animais e, à sombra das árvores, refrescavam-se com um gole d'água e consumiam algumas provisões que haviam trazido pela manhã em odres e cabazes. Os trabalhos só se encerravam com a chegada da noite. |