Alta tecnologia e computadores permitiram realizar uma "cirurgia plástica" numa mulher egípcia com 3000 anos de idade e devolver-lhe a fisionomia que tinha quando morreu, aos 35 anos. A múmia, cujo apelido é Bess, pertence ao Denver Museum of Nature & Science e teve seu crânio e face recriados por computador. O museu exibe a cabeça em tamanho natural ao lado da múmia em seu caixão. Embora a reconstrução do rosto de uma múmia já tenha sido realizada anteriormente, a diferença nesse caso é a de que ao invés de ser usado o trabalho de um artista plástico para modelar o rosto com argila, aqui os computadores controlaram todos os passos do processo.
Através de tomografia computadorizada, foram obtidas 300 fatias de radiografias do crânio com apenas um milímetro de espessura cada uma. Dentro de um computador essas fatias foram empilhadas como uma pilha de cartas para criar um crânio virtual. Os livros de antropologia forense incluem tabelas de dados que indicam as profundidades médias de tecido mole presentes em várias posições de um crânio. Um software especial permitiu aos técnicos reconstituirem a face de Bess usando um conjunto desses dados forenses. A seguir foi utilizado um procedimento baseado na tecnologia das impressoras jato-de-tinta. A cabeça de uma impressora jato-de-tinta borrifa pequenas quantidades de uma matéria pastosa sobre uma superfície que contém um pó seco e faz com que este se aglutine criando a forma desejada.
Os técnicos acreditam que a estrutura facial deve estar bem próxima da realidade, exceto talvez pelo tom da pele, o qual não pode ser determinado com certeza. Outra dúvida refere-se ao tipo de cabelo e penteado e os pesquisadores decidiram deixar o crânio calvo. Com cerca de um metro e 50 centímetros de altura, essa mulher de classe alta do antigo Egito tem vários amuletos no corpo, pedras preciosas nos olhos e pele terrivelmente enrugada, apesar do cuidadoso processo de mumificação. A maneira como ela foi embalsamada revela tratar-se de uma mulher rica. Seus órgãos foram removidos, embrulhados em bandagens de linho e devolvidos ao interior do corpo; seu cérebro foi descartado. Existe uma folha de ouro cobrindo a incisão feita no organismo. Ela foi bem embrulhada em várias camadas de linho e assim houve pouco rompimento do esqueleto. Finalmente, a múmia estava coberta com resina para preservá-la. Todos esses detalhes são indicações de riqueza.
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