Asru era cantora de um templo. Faleceu, provavelmente, com 50 ou 60 anos de idade. Quando morreu parece que estava com a saúde debilitada já há algum tempo. Sofria de uma ruptura de disco da região lombar e artrite óssea, provocando dores crônicas nas costas. Tinha uma infecção no osso mastóide direito, causando fortes dores de ouvido. Havia um cisto em seu pulmão devido a uma infecção parasitária, criando dificuldades para respiração e dores no tórax. Em vida uma lombriga invadiu o intestino de Asru. Estes vermes entram no corpo humano pela pele quando a pessoa tem contato com terra contaminada. A fêmea põe seus ovos no estômago do indivíduo, causando severa inflamação. Os sintomas teriam incluído dor, diarréia e sangue nas fezes. Ela também sofria de esquistossomose, o que ficou evidenciado com a remoção de tecido da bexiga com uso de um endoscópio. Nesse caso um dos sintomas principais teria sido sangue na urina. Até as impressões digitais da múmia foram tiradas, tanto dos dedos das mãos quanto dos pés, e a falta de desgaste nelas indicou que ela deve ter tido um estilo de vida privilegiado.
A múmia e seus dois ataúdes pertencem ao Museu de Manchester desde 1825 e vieram para a Inglaterra, provavelmente, de Luxor. A mumificação deve ter ocorrido por volta de 700 a.C. O corpo está bem conservado e suas bandagens foram retiradas antes que chegasse ao Museu. Veio acompanhado de um pacote de vísceras mumificadas, colocado entre as pernas. Os pesquisadores identificaram que óleos aromáticos foram usados para ungir a cabeça dela antes que fosse envolta nas bandagens. Inscrições no ataúde informam seu nome e o de sua mãe: Ta-du-Amem. Informam ainda que os deveres dela incluiam entoar cânticos para acompanhar os rituais sagrados do deus Amon. Ela deve ter executado sua função no templo dessa divindade em Karnak. Na foto acima vemos o crânio da múmia. Ao lado, parte superior do ataúde externo de Asru, o qual é decorado com cenas e inscrições religiosas. Dentro dele há outro ataúde de cedro com o corpo.
Tomografia computadorizada foi empregada para obter dados do crânio desta múmia. Usando tais dados, um sofisticado equipamento criou uma réplica do crânio em um bloco de poliestireno. A face pode então ser esculpida nesta réplica do crânio e pode ser vista na foto do topo desta página.
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