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ROSTO DE ANKH-WENNEFER Ankh-Wennefer foi segundo profeta do deus Min em Akhmin, cidade do Alto Egito setentrional. Ele deve ter falecido entre 550 e 525 a.C., ou seja, viveu no final da XXVI dinastia (664 a 525 a.C.). Ao morrer as cerimônias fúnebres que lhe foram dispensadas estavam acima daquelas que as pessoa comuns do seu tempo podiam receber. Ele foi enterrado em dois ataúdes e seus braços estavam cruzados em "X" sobre o peito. A reconstituição de seu rosto, baseada em sua estrutura óssea determinada por computador, foi feita nos Estados Unidos por radiologistas da Stanford University School of Medicine com a assistência de um egiptólogo. Essa múmia é uma de muitas encontradas no mesmo cemitério da antiga cidade de Akhmim, local escavado pelos arqueólogos no final do século XIX da nossa era.

Os estudos revelaram que Ankh-Wennefer gozou de boa saúde durante todo o tempo em que viveu e deve ter falecido entre 55 e 65 anos de idade, bem acima da média da espectativa de vida das pessoas do seu tempo. Provavelmente porque sua existência deve ter sido bem melhor do que a da maioria dos egípcios contemporâneos. Mumificações de boa qualidade e ataúdes ornamentados como os dele custavam caro. Na lateral do ataúde uma inscrição diz: Eu vim até ti, Senhor, que tu possas me levar para te ver (...) eu sou o Falcão no céu. Ao que parece morreu depois de um evento traumático, pois o escaner revelou uma fratura do osso púbico.

Usando os dados digitalizados, o crânio foi reconstruido por um tipo de impressão em 3-D na qual uma forma é construída por camadas sucessivas de material depositado consecutivamente umas sobre as outras. O modelo foi depois recoberto com barro, de maneira que a espessura do material correspondesse a medidas meticulosas das características faciais dos residentes atuais de Akhmin.

ATAÚDE DE ANKH-WENNEFER No final da década de 1880 da nossa era o ataúde dele, cuja foto vemos ao lado, foi retirado de sua tumba e, junto com dezenas de outros, levado para o mercado de Luxor. Na ocasião o governo egípcio passava por dificuldades financeiras e enfrentava uma dispendiosa campanha militar contra religiosos fundamentalistas no Sudão. As múmias foram vistas como uma maneira de levantar fundos rapidamentee e muitas foram vendidas a colecionadores estrangeiros. Allen C. Mason, um rico negociante e promotor norte-americano, adquiriu os restos mortais de Ankh-Wennefer e seus dois ataúdes pelo equivalente a 400 dólares atuais. Em 9 de julho de 1891, alguns meses depois do retorno de Mason aos Estados Unidos, ele deu uma festa para desembrulhar a múmia, a qual aconteceu no escritório dele porque sua esposa proibiu a entrada do corpo em sua casa. Diante de amigos, sócios e repórteres, as bandagens de Ankh-Wennefer foram retiradas, revelando pouca coisa além do próprio corpo. Em 1897, Mason doou a múmia para um museu.

Os mesmos técnicos que reconstituiram o rosto desta múmia também fizeram um modelo da cabeça de Irethorrou, que se acredita seja filho de Ankh-Wennefer. O fato é conhecido porque as inscrições nos ataúdes das múmias daquela época costumavam mostrar os nomes dos pais do defunto. A semelhança entre os dois rostos é grande. Para ver esta outra reconstituição, clique aqui.